As consequências da seca e da insegurança alimentar na África Ocidental
A actual situação de seca e insegurança alimentar na África Ocidental, particularmente na Nigéria, é motivo de preocupação crescente. De acordo com o último relatório do Banco Mundial sobre segurança alimentar, esta situação deverá persistir em várias regiões da Nigéria até Maio de 2024, nomeadamente nos estados de Borno, Kaduna, Katsina, Sokoto, Yobe, Zamfara, bem como no norte de Adamawa. Estado.
Segundo o Banco Mundial, as difíceis condições macroeconómicas estão a complicar o acesso aos insumos agrícolas no país, o que poderá impactar a produção de cereais. O relatório indica que a produção cerealífera estimada para o ano 2023/24 na África Ocidental e Central deverá ascender a 76,5 milhões de toneladas, uma diminuição de 2% em relação à época anterior. No entanto, isto representa um aumento de 3% em relação à média dos últimos cinco anos.
As projecções do Banco Mundial indicam uma queda na produção em comparação com o ano passado no Chade, Mali, Níger e Nigéria. Este declínio é atribuído a períodos de seca durante a época de cultivo e à insegurança que limita o acesso às terras aráveis no Chade, no Mali e no Níger, e às más condições macroeconómicas que restringem o acesso aos factores de produção agrícolas na Nigéria.
Ao mesmo tempo, a crise alimentar em curso está a afectar várias regiões, com condições de Crise (IPC Fase 3) previstas para Maio de 2024. Isto deve-se principalmente à insegurança persistente e aos conflitos armados, bem como à deterioração dos meios de subsistência. Na Nigéria, afecta os governos locais de Borno, Kaduna, Katsina, Sokoto, Yobe, Zamfara e norte do estado de Adamawa. Regiões como Burkina Faso, Camarões, Chade, Mali e Níger também são afectadas.
O relatório também destaca o aumento da inflação alimentar a nível mundial, com a inflação dos preços dos alimentos a exceder a inflação global em 74% em 167 países, especialmente em África. Esta situação só agrava as dificuldades enfrentadas pelas populações já afectadas pela seca e pela insegurança alimentar.
É, portanto, essencial tomar medidas para enfrentar esta crise. Isto inclui o estabelecimento de programas de ajuda alimentar de emergência, o reforço de infra-estruturas e recursos para a agricultura, bem como investimentos em sistemas de irrigação e adaptação às alterações climáticas. É também importante promover a resiliência comunitária através do desenvolvimento de estratégias de diversificação agrícola, do reforço do acesso ao financiamento e da implementação de políticas eficazes de segurança alimentar..
Em conclusão, a seca e a insegurança alimentar na África Ocidental, especialmente na Nigéria, são questões prementes que requerem atenção imediata. É crucial que os governos, as organizações internacionais e a comunidade internacional trabalhem em conjunto para implementar medidas concretas para garantir a segurança alimentar e prevenir uma crise humanitária ainda maior.