Você sabia que a nova Constituição do Chade foi recentemente adotada por uma grande maioria? Com efeito, durante um referendo organizado pela junta militar no poder, o “sim” obteve 85,90% dos votos, em comparação com 14,10% para o “não”.
Este referendo é um passo crucial na transição política do país, com o objectivo de preparar o caminho para as eleições marcadas para o final de 2024. No entanto, esta nova constituição suscitou fortes reacções por parte da oposição e da sociedade civil.
Alguns críticos dizem que esta eleição mais parece um plebiscito a favor do general Mahamat Idriss Déby, presidente de transição e filho do ex-presidente Idriss Déby Itno. Consideram que estes resultados não são credíveis e denunciam um “segundo golpe de Estado” orquestrado pelo General Déby.
É importante notar que esta nova constituição não difere fundamentalmente da anterior, concedendo ainda um poder considerável ao chefe de Estado.
O general Mahamat Déby, de 37 anos, foi proclamado presidente de transição em abril de 2021, após a morte do seu pai. Ele comprometeu-se a realizar eleições após um período de transição de 18 meses e a não concorrer nas eleições presidenciais de 2024. No entanto, a sua junta prolongou a transição por dois anos e permitiu-lhe concorrer nestas eleições.
Esses eventos também foram marcados por manifestações e violência. Durante os protestos contra a prorrogação da transição até Outubro de 2022, muitos manifestantes foram mortos e foram denunciadas violações dos direitos humanos.
Este processo de transição política levanta, portanto, preocupações sobre a credibilidade e a democracia destas próximas eleições. É essencial acompanhar de perto a evolução da situação no Chade e permanecer vigilante no que diz respeito ao respeito pelos direitos e pela vontade do povo chadiano.