O ANC, trinta anos depois de chegar ao poder, enfrenta a realidade da sua própria queda, tal como o NP o foi antes dele. Embora o Partido Nacionalista Sul-Africano também tenha assistido ao seu declínio, o ANC enfrenta agora desafios semelhantes.
Durante as suas três décadas de governo, o NP foi finalmente forçado a aceitar o seu próprio fim. O ANC enfrenta hoje a mesma realidade. Apesar do seu papel histórico na luta contra o apartheid e do seu estatuto de herdeiro político de Nelson Mandela, o partido enfrenta problemas internos e uma perda de apoio popular.
Um dos principais desafios que o ANC enfrenta é a corrupção generalizada dentro do partido. Escândalos sucessivos têm atormentado os seus líderes e alguns dos seus membros mais influentes, minando a confiança do público e dando a impressão de que o partido está mais interessado no poder e no enriquecimento pessoal do que no bem-estar do povo.
Além disso, o ANC enfrenta uma oposição crescente. Partidos como o EFF (Combatentes pela Liberdade Económica) e o DA (Aliança Democrática) estão a crescer em popularidade e a enviar uma mensagem clara de que o ANC já não é a única escolha para os eleitores insatisfeitos.
Finalmente, a má gestão económica e a desigualdade persistem na África do Sul, alimentando o descontentamento e um sentimento de que o ANC não cumpriu a sua promessa de tornar a nação um lugar melhor para todos.
Contudo, o ANC ainda não está condenado a desaparecer. O partido ainda tem uma forte base de apoio e pode aproveitar a sua longa história de luta pela liberdade e igualdade. Mas para recuperar, o ANC deve enfrentar os seus problemas internos, realizar reformas sérias e fortalecer a sua ligação com as preocupações da população.
O fim do NP mostrou que mesmo os partidos políticos mais fortes não são imortais. O ANC deve encarar isto como um aviso e agir rapidamente para se reinventar e reconquistar a confiança do povo. Caso contrário, a realidade do próprio fim poderá em breve ser inevitável.