“Campanha eleitoral na RDC: fraca presença de candidatos e incidentes de violência põem em perigo o processo democrático”

A campanha eleitoral na República Democrática do Congo está em pleno andamento antes das eleições de 20 de Dezembro. No entanto, está a surgir uma tendência preocupante: a fraca presença no terreno de certos candidatos, tanto nas eleições presidenciais como nas legislativas. Patrick Ntambwe, vice-coordenador da Sinergia de Missões de Observação Eleitoral Cidadã (SYMOCEL), sublinha que apenas 4 ou 5 candidatos presidenciais viajam pelo país para fazer campanha. Da mesma forma, a presença de candidatos a deputado é considerada bastante baixa segundo os observadores no terreno.

Esta situação é em grande parte atribuída aos limitados recursos financeiros disponíveis aos candidatos. Na verdade, a campanha eleitoral requer recursos significativos para garantir uma presença óptima no terreno. Isto pode incluir viajar por todo o país, organizar reuniões e criar campanhas de comunicação. Os candidatos com menos recursos podem ser forçados a limitar as suas viagens e ações no terreno, afetando assim a sua visibilidade e influência.

Além disso, Patrick Ntambwe também lamenta os actos de violência ocorridos durante a campanha, como o trágico incidente que custou a vida de Dido Kakisingi, executivo do Ensemble pour la République, partido de Moise Katumbi, atingido por um projéctil durante uma reunião em Tipo. Estes actos de violência prejudicam o processo eleitoral e lembram-nos a importância de garantir a segurança dos candidatos e dos eleitores.

Apesar destes desafios, a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) insiste em manter as eleições na data prevista. Persistem, no entanto, dúvidas relativamente à logística e preparação das assembleias de voto, particularmente no que diz respeito à distribuição de materiais eleitorais dentro do prazo estipulado.

Em conclusão, a baixa presença de candidatos e os incidentes de violência durante a campanha eleitoral na RDC destacam os desafios que o país enfrenta para garantir eleições livres e transparentes. É essencial que todos os candidatos possam beneficiar de recursos adequados para fazerem campanha eficazmente e que as autoridades garantam a segurança e a integridade do processo eleitoral. Só um ambiente equilibrado e pacífico pode garantir eleições democráticas e credíveis para o povo congolês.

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