“A transição energética em África: expectativas e exigências de compensação financeira para uma transformação equitativa”

A matéria publicada anteriormente no blog abordou a abertura da COP28 em Dubai, destacando as questões ligadas à saída dos combustíveis fósseis para diferentes países africanos. Neste artigo iremos aprofundar este assunto analisando mais detalhadamente as expectativas e preocupações dos estados africanos em termos de transição energética.

Um dos principais argumentos apresentados pelos Estados africanos é a baixa contribuição de África para as emissões globais de gases com efeito de estufa, combinada com as suas significativas necessidades energéticas. Sublinham, portanto, a importância de implementar uma transição energética gradual, tendo em conta as especificidades de cada país. Por exemplo, Emmanuel Seck, diretor da ONG Enda Energie no Senegal, insiste na necessidade de uma transição energética apoiada, que tornaria possível explorar melhor os recursos renováveis, minimizando ao mesmo tempo o impacto social e económico da interrupção da produção de energia fóssil. combustíveis.

No entanto, os estados africanos também reconhecem que a transição energética tem um custo e requer uma compensação adequada. Tosi Mpanu Mpanu, mediador congolês, destaca a possibilidade de utilização das indústrias extractivas como alavancas para o crescimento económico, e insiste na necessidade de compensação financeira para encorajar os países africanos a descarbonizarem as suas economias. Destaca a necessidade de um sistema de financiamento climático funcional que apoie financeiramente os países africanos na sua transição energética.

As expectativas dos Estados africanos são reforçadas pelas ONG internacionais, que apoiam a sua exigência de compensação e de financiamento climático adequado. Marine Pouget, da Rede de Acção Climática, destaca o enorme potencial de África no domínio das energias renováveis, que continua a ser largamente subfinanciado pelos países desenvolvidos. Incentiva os Estados africanos a lutarem para atrair investimentos nestes setores e a concentrarem-se mais nos recursos renováveis ​​para a sua transição energética.

Ao mesmo tempo, é também importante ter em conta os aspectos sociais e económicos ligados à exploração dos recursos naturais. As ONG internacionais salientam que, em muitos países africanos, a exploração de combustíveis fósseis mal beneficiou as populações locais. Emmanuel Seck sublinha a importância da governação inclusiva que envolve as comunidades locais e as partes interessadas na gestão dos recursos naturais, a fim de garantir benefícios positivos para as populações.

Em conclusão, a transição energética em África é uma questão complexa que requer uma abordagem adaptada a cada país. Os Estados africanos exigem compensação financeira para apoiar a sua transição energética e enfatizam a importância da governação inclusiva. As ONG internacionais apoiam a sua procura e incentivam os investimentos em energias renováveis. A COP28 no Dubai promete, portanto, discussões animadas sobre estes assuntos cruciais para o futuro de África e do planeta.

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