A crise migratória na Líbia continua a causar estragos, uma vez que as autoridades líbias deportaram recentemente 248 migrantes irregulares para os seus países de origem, o Níger e o Chade. Esta operação conjunta entre as administrações rivais do país constitui um passo importante na luta contra os traficantes que exploram os migrantes em trânsito.
A Líbia tornou-se um centro para dezenas de milhares de migrantes que procuram chegar à Europa por mar todos os anos. Infelizmente, muitos deles caem nas mãos de gangues de traficantes que os extorquem em troca de dinheiro. É uma situação desesperadora para essas pessoas que buscam apenas uma vida melhor.
Como parte desta operação de deportação, 120 nigerinos foram devolvidos ao Níger em coordenação com a Organização Internacional das Nações Unidas para as Migrações (OIM). Ao mesmo tempo, 128 migrantes foram escoltados até à fronteira com o Chade, em cooperação com as autoridades baseadas no leste da Líbia.
O vice-presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Moussa al-Koni, sublinhou durante uma conferência de imprensa que estes grupos de traficantes de migrantes causam danos consideráveis, não só aos nacionais do Níger e do Chade, mas também aos que vêm de países mais distantes de África. e Ásia, contrabandeando-os para a Europa.
Para lutar contra estas redes criminosas de traficantes na Líbia, no Chade e no Níger, é necessária a cooperação entre os países de partida ou de trânsito e os países de destino. Esta cooperação permitiria que estas pessoas permanecessem nos seus respectivos países e vivessem com dignidade.
Segundo dados da OIM, mais de 700 mil migrantes, principalmente do Níger e do Egipto, estiveram presentes em território líbio entre Maio e Junho deste ano. É, portanto, essencial criar mecanismos que facilitem o repatriamento de migrantes irregulares e ajudem a resolver esta crise humana.
O Ministro do Interior da Líbia, Imed Trabelsi, reuniu-se recentemente com o representante regional da OIM em Trípoli para discutir o estabelecimento de tal mecanismo. Isto permitiria reforçar a cooperação entre as diferentes partes interessadas e proporcionar uma solução mais duradoura para esta crise migratória.
É essencial sublinhar que a luta contra os traficantes de migrantes na Líbia deve ser acompanhada de medidas destinadas a melhorar as condições de vida nos países de origem dos migrantes. Isto inclui investimentos no desenvolvimento económico, na criação de emprego e no reforço dos sistemas de proteção social.
Em conclusão, a deportação de migrantes irregulares para o Níger e o Chade é um primeiro passo na direção certa, mas ainda há muito a fazer para acabar com a crise migratória na Líbia.. A cooperação entre os países de origem, trânsito e destino é essencial para encontrar soluções duradouras e proporcionar melhores vidas aos migrantes.