Quénia: Tribunal Superior declara parte da Lei Financeira de 2023 inconstitucional, uma vitória para a justiça fiscal

Título: Quénia: Supremo Tribunal de Justiça declara parte da lei financeira de 2023 inconstitucional

Introdução:
No Quénia, o Tribunal Superior de Nairobi proferiu um importante acórdão em 28 de Novembro de 2023, declarando inconstitucional parte da Lei das Finanças de 2023. Esta decisão surge na sequência de um desafio liderado pela oposição e pela sociedade civil, que criticam nomeadamente a discriminação de certos impostos sobre o rendimento. Neste artigo, examinaremos mais de perto as implicações desta decisão e as reações a ela.

Impostos considerados discriminatórios:
A lei das finanças de 2023, promulgada no final de junho, visava aumentar as receitas do Estado através de novos impostos. No entanto, alguns destes impostos foram descritos como discriminatórios pelo Supremo Tribunal de Justiça. Estes incluem o imposto habitacional, um imposto sobre o rendimento destinado a financiar habitação a preços moderados. Os juízes decidiram que este imposto só deveria ser aplicado aos trabalhadores do sector formal, o que constitui uma discriminação contra os trabalhadores informais.

Uma vitória mista para as partes civis:
As organizações da sociedade civil e os partidos políticos que apresentaram queixa contra a lei financeira de 2023 obtiveram uma vitória mista. Embora desejassem que toda a lei fosse declarada inconstitucional, o tribunal apenas confirmou alguns impostos discriminatórios. Apesar disso, esta vitória ainda é significativa e é vista como um passo na direção certa pelos demandantes.

Reembolso de imposto:
Uma questão crucial que agora se coloca é o reembolso dos impostos cobrados desde a entrada em vigor da Lei das Finanças de 2023. Os advogados dos demandantes exigem que estes impostos sejam reembolsados, enquanto os advogados do Parlamento e do Gabinete de Receitas do Quénia solicitam um prazo de 45 dias. suspensão do julgamento para permitir a adequação dos serviços fiscais. Outra preocupação está relacionada às finanças do Estado, pois segundo advogados, o Tesouro não teria condições de reembolsar esses tributos.

Conclusão:
A decisão do Supremo Tribunal de Justiça de declarar inconstitucional parte da Lei das Finanças de 2023 do Quénia é um desenvolvimento significativo que destaca preocupações sobre a discriminação fiscal. Esta decisão oferece um raio de esperança às organizações da sociedade civil e aos partidos políticos que continuam a lutar por uma maior justiça fiscal no país. O caso também levanta questões importantes sobre a restituição de tributos já recolhidos e os ajustes necessários ao fisco. O tempo dirá como estas questões serão resolvidas e quais serão as consequências a longo prazo desta decisão sobre as políticas fiscais no Quénia.

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