Exportação de mão-de-obra agrícola do Malawi para Israel gera controvérsia
O Presidente Lazarus Chakwera e o seu governo foram recentemente criticados por partidos da oposição e organizações de direitos humanos no Malawi por enviarem 221 jovens malauianos para trabalhar na agricultura em Israel. A medida, implementada no sábado passado, segue-se a uma contribuição de ajuda de 60 milhões de dólares (47 milhões de libras) de Israel para apoiar a recuperação económica do Malawi.
No entanto, este acordo de exportação de mão-de-obra foi criticado devido à falta de transparência com que foi concluído e aos riscos potenciais enfrentados pelos cidadãos do Malawi enquanto Israel está em conflito com o grupo palestiniano Hamas.
“Enviar pessoas para um país devastado pela guerra como Israel, onde alguns países estão a retirar os seus trabalhadores, é algo sem precedentes”, disse o líder da oposição do Malawi, Kondwani Nankhumwa, à BBC.
Ele também questiona por que razão o governo manteve o acordo em segredo, informando o Parlamento apenas em 22 de Novembro dos seus planos de enviar trabalhadores para um país não especificado.
O governo defendeu o acordo, dizendo que exportaria trabalhadores do Malawi para Israel e outros países para “cumprir o compromisso desta administração com a criação de empregos e o empoderamento dos jovens”.
Assegurou também a segurança dos malauianos, afirmando que trabalharão em locais “classificados como adequados e seguros” e terão seguro médico e protecções em caso de repatriamento.
No entanto, apesar destas promessas de segurança, muitos críticos apontam para os perigos potenciais que os trabalhadores do Malawi poderiam enfrentar ao serem enviados para uma zona de conflito.
Esta controvérsia também levanta questões sobre a dependência económica do Malawi em relação à ajuda externa e o impacto que isso poderia ter na sua independência e soberania.
O influxo de fundos de Israel pode ser uma bênção para o Malawi, mas é importante garantir que tais acordos de exportação de mão-de-obra sejam feitos de forma transparente e que a segurança dos trabalhadores seja garantida.
Resta saber como esta situação evoluirá e se conduzirá a mudanças nas políticas laborais e de ajuda económica do Malawi.