A República Democrática do Congo (RDC) entrou numa nova fase da sua história com as eleições gerais de 2023. No entanto, a primeira semana da campanha eleitoral foi marcada por tácticas de comunicação questionáveis e promessas extravagantes por parte dos candidatos. Nas equipas de comunicação, a mentira e a manipulação tiveram precedência sobre a transparência e a honestidade para com os eleitores. É hora de fazer um balanço desta situação absurda e pensar no futuro do país.
Do lado dos que estão no poder, a principal dificuldade reside na apresentação de uma avaliação tangível. As conquistas concretas são raras e, por isso, os estrategistas optaram por criar histórias fictícias para embelezar o desempenho do presidente cessante. Circulam na Internet imagens enganosas, apresentadas como prova de sucesso, quando na realidade são manipuladas. Esta estratégia visa distrair os eleitores das questões reais e gerar apoio através do engano.
Quanto à oposição, ela enfrenta vários desafios importantes. Em primeiro lugar, deve convencer os eleitores de que representa uma alternativa credível ao poder existente. Para isso, deve apresentar um projeto social concreto, focado na paz, nas reformas políticas e no desenvolvimento do país. Infelizmente, algumas facções da oposição foram prejudicadas por escândalos de corrupção e fizeram mudanças nas alianças que minaram a sua credibilidade. Estes comportamentos semearam dúvidas sobre a sua capacidade de provocar mudanças reais.
Perante esta situação, é essencial estabelecer um debate eleitoral de qualidade na RDC. Os eleitores merecem ser informados de forma honesta e transparente sobre os verdadeiros problemas que o país enfrenta. Infelizmente, o Conselho Superior do Audiovisual e da Comunicação (CSAC) mostra os seus limites na organização de um debate público de qualidade a nível presidencial. É, portanto, essencial encontrar soluções para melhorar esta situação e promover um diálogo político mais maduro, democrático e responsável.
Em conclusão, a primeira semana da campanha eleitoral na RDC foi marcada por absurdos, mentiras e promessas irrealistas. Tanto no poder como na oposição, os estrategistas de comunicação favoreceram o engano em vez da transparência. É tempo de reorientar o debate político para questões reais e de ser honesto com os eleitores. A RDC merece um debate eleitoral de qualidade, centrado em soluções concretas e propostas realistas para o futuro do país.