Título: Gestão de epidemias de difteria na África Ocidental: a vacinação está a fortalecer-se
Introdução :
As autoridades de vários países da África Ocidental enfrentam graves epidemias de difteria. A Nigéria, em particular, enfrenta uma situação preocupante, com milhões de pessoas a serem vacinadas para preencher a lacuna imunitária contra a doença. Embora as mortes causadas pelo surto estejam a diminuir graças aos esforços de tratamento, estima-se que o número total de vítimas seja muito mais elevado em áreas onde muitos casos não foram detectados. Esta situação realça a necessidade urgente de intensificar os esforços de vacinação para proteger as populações.
Vacinação insuficiente:
Uma das principais razões para a rápida propagação da difteria na região é a baixa taxa de vacinação. De acordo com um inquérito governamental, apenas 42% das crianças com menos de 15 anos na Nigéria estão totalmente protegidas contra a difteria. Na Guiné, esta taxa é de 47%, bem abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde de 80-85% para garantir uma protecção comunitária adequada. Esta lacuna na vacinação tem favorecido o desenvolvimento da epidemia, colocando em risco a vida de milhares de pessoas.
Uma escassez global de vacinas:
A crise é agravada pela escassez global de vacinas contra a difteria. A procura aumentou significativamente para fazer face aos surtos, o que levou a dificuldades de abastecimento. Organizações médicas, como os Médicos Sem Fronteiras, denunciam o facto de as campanhas de vacinação não estarem a ser realizadas em grande escala, apesar da necessidade urgente de o fazer. Dr. Dagemlidet Tesfaye Worku, chefe do programa médico de emergência de MSF em Abidjan, Costa do Marfim, enfatiza a necessidade de vacinação em massa o mais rápido possível.
Esforços de resposta:
O governo nigeriano intensificou a vacinação direcionada e está a apoiar os estados a reforçar a sua capacidade de deteção e gestão de casos de difteria. No entanto, muitos estados continuam a enfrentar dificuldades, especialmente o estado de Kano, que é responsável por mais de 75% dos casos da Nigéria, mas tem apenas dois centros de tratamento de difteria. É essencial facilitar o acesso aos centros de tratamento para garantir um tratamento rápido e eficiente dos pacientes.
Conclusão:
A gestão dos surtos de difteria na África Ocidental exige medidas urgentes. É essencial aumentar os esforços de vacinação para proteger as populações e conter a propagação da doença. Os governos, as organizações médicas e a comunidade internacional devem trabalhar em conjunto para remover barreiras à vacinação e garantir o acesso equitativo ao tratamento. Uma resposta rápida e coordenada salvará vidas e evitará futuros surtos de difteria na região.