Título: Tensões dentro da OPEP+ comprometem a estabilidade dos preços do petróleo
Introdução :
Desde o anúncio do adiamento da reunião dos membros da OPEP+ inicialmente agendada para o passado domingo, os preços do petróleo registaram uma queda preocupante. A medida alimentou rumores de diferenças entre os países produtores, destacando as tensões crescentes entre a Arábia Saudita e alguns estados petrolíferos africanos. Esta situação preocupante põe em causa a estabilidade dos mercados petrolíferos e levanta questões sobre o futuro da OPEP+ e dos seus acordos de quotas.
Disputas persistentes:
A reunião adiada, que deveria ser crucial, reacendeu divergências que pareciam resolvidas em Junho passado. Nessa altura, a OPEP+ conseguiu convencer países africanos como Angola, Congo e Nigéria a reduzirem a sua produção em 2024, argumentando que não tinham capacidade para produzir mais. Este acordo também ajudou a resolver disputas entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos sobre quotas de produção, com autorização concedida a Abu Dhabi para aumentar a sua produção em troca de uma auditoria à capacidade real dos países africanos para aumentar os seus volumes de produção.
Frustrações em Angola e na Nigéria:
Cinco meses depois, os limites de produção impostos a Angola e à Nigéria ainda alimentam frustrações. A Nigéria exige um aumento das suas quotas com base nas estatísticas do mês passado, onde conseguiu extrair 36.000 barris a mais do que o esperado. Por seu lado, Angola encontra-se numa situação delicada, não tendo conseguido atingir as quotas que lhe foram fixadas para o próximo ano. Esta situação levanta questões sobre a capacidade destes países para respeitar os acordos de produção e reforça o seu desejo de produzir mais.
Questões desiguais:
Embora estes países sejam importantes no continente africano, têm pouca influência no mercado internacional e dependem das decisões da Arábia Saudita, principal interveniente na determinação dos preços do petróleo. As tensões entre estes Estados produtores são, portanto, apenas um “pequeno impasse”, dado o peso relativo de cada parte. No entanto, o anúncio do adiamento da reunião foi suficiente para pesar sobre os preços do petróleo, que já caíram mais de 15% desde Setembro. Este adiamento lança dúvidas sobre a continuação dos cortes significativos de produção feitos pela Arábia Saudita. Se estes cortes fossem levantados ou reduzidos, isso levaria a um aumento da oferta e a uma queda inevitável dos preços.
Conclusão:
As crescentes tensões no seio da OPEP+ e as divergências entre os países produtores põem em perigo a estabilidade dos mercados petrolíferos. As frustrações dos estados africanos relativamente às suas quotas de produção demonstram os desafios que a organização enfrenta para manter a unidade e a cooperação entre os seus membros. Se estas diferenças não forem rapidamente resolvidas, isso poderá levar a uma maior volatilidade nos preços do petróleo e perturbar a já frágil economia global. É, portanto, crucial que a OPEP+ encontre soluções sustentáveis, a fim de preservar a estabilidade dos preços e garantir um abastecimento equilibrado no mercado petrolífero.