As eleições presidenciais em Madagáscar em 2023 continuam a ser comentadas. Dois dias após a primeira volta, os relatórios das missões de observação são contraditórios e levantam preocupações sobre a legitimidade do presidente eleito.
O relatório preliminar da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (Sadec) não indica quaisquer problemas importantes com a votação. Contudo, o observatório da sociedade civil Safidy pinta um quadro contundente das práticas eleitorais. Os numerosos observadores enviados por todas as regiões do país notaram uma proliferação de irregularidades, incluindo pessoas que votam sem identidade ou cartões de eleitor e transporte não seguro de materiais eleitorais.
As equipes do candidato número 3, o presidente cessante Andry Rajoelina, também são destacadas. Os observadores do Safidy testemunharam a compra de votos, incluindo a utilização do programa de protecção social Tosika Fameno para encorajar famílias vulneráveis a votar no presidente cessante. Doações em dinheiro também foram oferecidas antes da votação para influenciar os resultados.
Estas conclusões levantam questões sobre a legitimidade do futuro presidente eleito. A baixa taxa de participação, historicamente baixa de 43,8%, reforça estas preocupações. Esta falta de participação poderia pôr em causa a legitimidade das instituições da República e enfraquecer a democracia malgaxe.
Perante estas irregularidades, o observatório Safidy planeia interpor recursos judiciais uma vez estabelecida a veracidade das suas provas.
As reações a esses relatórios estão divididas. O campo de Andry Rajoelina acusa Safidy de parcialidade e falta de independência. Questionam a legitimidade do relatório e apontam a falta de provas concretas sobre a compra de votos. Segundo eles, Safidy não seria uma referência confiável para a democracia.
Esta situação realça a urgência de garantir eleições transparentes e livres de qualquer influência ilegítima. As autoridades malgaxes devem tomar medidas para investigar alegações de irregularidades e garantir a verdade e a justiça aos eleitores malgaxes.
Em conclusão, as eleições presidenciais em Madagáscar em 2023 foram marcadas por práticas eleitorais questionáveis. Os relatórios das missões de observação levantam preocupações sobre a legitimidade do presidente eleito e destacam a necessidade de garantir eleições transparentes e justas no país. Esperemos que sejam tomadas medidas para corrigir estas irregularidades e reforçar a democracia malgaxe.