“Manifestação histórica no conflito armado no Sudão: Grupos rebeldes de Darfur unem-se ao exército para combater abusos”

No Sudão, o conflito armado que dura desde 15 de Abril de 2023 continua a agravar-se, causando muito sofrimento à população civil. Contudo, surgiu recentemente um raio de esperança com o anúncio da adesão de dois grupos armados de Darfur ao exército liderado pelo General al-Burhan.

Numa conferência de imprensa em Port Sudan, os líderes do Movimento de Libertação do Sudão (SLM) e do Movimento Justiça e Igualdade (JEM) declararam o seu apoio ao exército sudanês e a sua intenção de participar activamente em operações militares contra as Forças de Apoio Rápido (FSR). ), responsável por numerosos abusos contra civis.

Esta manifestação marca um ponto de viragem no conflito, porque até agora, os grupos armados em Darfur tinham demonstrado neutralidade. No entanto, a recente violência perpetrada pela RSF foi o gatilho para a sua decisão. Numa declaração conjunta, o SLM e o JEM denunciam os “crimes contra a humanidade” cometidos e afirmam a sua determinação em lutar em todas as frentes.

Esta mobilização poderá muito bem alterar o equilíbrio de forças presentes, especialmente se outros grupos armados se juntarem à sua causa. Jok Madut Jok, investigador da Universidade de Syracuse, sublinha a importância desta aliança para as populações não árabes de Darfur, que foram vítimas dos massacres cometidos pela RSF. Ele acredita que a presença do líder do SLM ao lado do General al-Burhan durante as suas visitas diplomáticas enviou uma mensagem forte a estas comunidades.

Contudo, é importante notar que os grupos rebeldes de Darfur estão divididos em muitas facções e esta manifestação não representa toda a resistência. A FSR também realizou uma reunião com outras quatro facções, mas ainda não é uma manifestação completa.

O conflito armado no Sudão continua, portanto, a intensificar-se, com linhas vermelhas que não devem ser ultrapassadas pelas diferentes partes. Os combates em El Fasher e Al-Dein são identificados como pontos sensíveis, onde a RSF não deveria intervir, de acordo com o vice-comandante da Reunião das Forças de Libertação do Sudão.

É essencial acompanhar de perto a evolução no Sudão e esperar que esta mobilização possa levar a uma resolução pacífica do conflito e à protecção dos civis, que são as suas principais vítimas. A comunidade internacional também deve continuar a pressionar para que a situação melhore e possam ser encontradas soluções duradouras.

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