As importações massivas de leite em pó ameaçam a economia leiteira na África Ocidental

Os efeitos nocivos das importações de leite em pó sobre os produtores de laticínios da África Ocidental

A África Ocidental, uma região rica em recursos agrícolas, enfrenta um grande problema no seu sector leiteiro: importações maciças de leite em pó da Europa. Esta situação põe em perigo os produtores locais, que vêem o seu mercado encolher e o seu poder de compra diminuir. Neste artigo analisaremos as consequências destas importações na economia e no desenvolvimento do sector leiteiro na África Ocidental.

As importações de leite em pó, composto principalmente por leite desnatado e gorduras vegetais, têm aumentado constantemente nos últimos anos. Provenientes principalmente da Irlanda, Holanda ou França, estas misturas fazem muito sucesso no mercado da África Ocidental devido ao seu preço competitivo. Na verdade, um litro de leite reconstituído a partir deste pó custa cerca de metade do preço de um litro de leite local no Burkina Faso, por exemplo.

Esta concorrência desleal tem um impacto direto nos produtores locais de laticínios, que lutam para vender a sua produção e manter preços competitivos. Além disso, a rotulagem vaga e deficiente dos produtos importados não permite aos consumidores distinguir entre leite local e misturas em pó. Esta situação levou à quebra da produção local e ao encerramento de muitas mini-leiteiras.

Para remediar esta situação, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lançou a Ofensiva do Leite em 2017, com o objetivo de desenvolver a produção local de laticínios na região. Estão também em curso grandes investimentos na Nigéria para aumentar a produção local de leite. É crucial que estas medidas sejam apoiadas por políticas regionais e nacionais destinadas a regular as importações de leite em pó e a promover a competitividade dos produtores locais.

Na verdade, o desenvolvimento dos sectores leiteiros na África Ocidental é de importância crucial, tanto do ponto de vista económico como em termos de segurança alimentar. De acordo com as projeções da FAO e da OCDE, o consumo de leite deverá aumentar 1,8% ao ano nos próximos anos. A Europa não pode satisfazer esta procura crescente sozinha, o que torna essencial o desenvolvimento dos sectores leiteiros africanos.

Para conseguir isso, é essencial reduzir os custos de produção e recolha do leite local, bem como aumentar os impostos de importação sobre o leite em pó engordado. Os actores económicos, os governos e as organizações internacionais devem trabalhar de mãos dadas para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento da produção local de lacticínios na África Ocidental..

Em conclusão, as importações maciças de leite em pó para a África Ocidental representam um verdadeiro flagelo para os produtores locais de lacticínios. Estas misturas mais baratas e mais competitivas dificultam o desenvolvimento dos setores leiteiros e comprometem a segurança alimentar na região. É urgente tomar medidas para regular estas importações e promover a produção local de leite, a fim de apoiar a economia e o desenvolvimento agrícola da África Ocidental.

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