Os salvadorenhos vão às urnas este domingo para eleger o seu novo presidente, e todos os olhos estão voltados para Nayib Bukele, o jovem chefe de Estado cessante e grande favorito nas eleições. A sua política de “guerra às gangues” transformou El Salvador num dos países mais seguros do mundo, diz ele. Mas esta abordagem musculada não está isenta de críticas, com o presidente a ser acusado de autoritarismo.
Desde a sua eleição em 2019, Nayib Bukele gozou de uma popularidade sem precedentes, com uma taxa de aprovação de 90% de acordo com o Latinobarometro. O seu partido, Nuevas Ideas, lidera as sondagens para as eleições legislativas simultâneas, o que lhe permitiria consolidar o seu poder e continuar a sua política de segurança.
A “guerra às gangues” de Nayib Bukele levou à prisão de mais de 75 mil criminosos. A taxa de homicídios caiu drasticamente, de 106,3 por 100.000 residentes em 2015 para apenas 2,4 em 2023. Os homicídios relacionados com gangues também diminuíram significativamente, de mais de 800 em 2019 para apenas 57 no ano passado.
Contudo, esta política de segurança vigorosa levanta questões sobre as violações dos direitos humanos e o autoritarismo do presidente. Nayib Bukele foi criticado pelas suas detenções sem mandado judicial e pela presença omnipresente do exército nas ruas. Algumas vozes também estão preocupadas com o aumento do poder do presidente e o seu desejo de reduzir o número de parlamentares na Assembleia.
Para além da sua política de segurança, Nayib Bukele também terá de enfrentar o desafio da pobreza que afecta quase um terço da população salvadorenha. Para dissuadir os salvadorenhos de migrarem para os Estados Unidos em busca de oportunidades de emprego, será necessário implementar medidas eficazes de combate à pobreza e de desenvolvimento económico.
Esta eleição também está atraindo interesse regional e internacionalmente. A popularidade e a abordagem autoritária de Nayib Bukele poderiam influenciar outros países latino-americanos. Alguns temem que a democracia seja ameaçada se este tipo de regime político se tornar a norma na região.
Concluindo, os salvadorenhos vão às urnas para escolher o seu novo presidente, e Nayib Bukele é o grande favorito nesta eleição. A sua política vigorosa de “guerra aos gangues” transformou El Salvador num dos países mais seguros do mundo, mas também levanta preocupações sobre os direitos humanos e o autoritarismo do presidente. Terá também de enfrentar o desafio de combater a pobreza para dissuadir a emigração. Estas eleições também terão um impacto regional e internacional, com o risco de vermos a propagação de regimes autoritários na América Latina.