Num comunicado divulgado hoje em Kinshasa, os secretários nacionais da União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS) tomaram a decisão sem precedentes de destituir o secretário-geral do partido, Augustin Kabuya. Esta declaração, que apanhou de surpresa a comunidade política, expõe as razões subjacentes que levaram a esta decisão radical.
Entre as críticas dirigidas a Augustin Kabuya, encontramos em primeiro lugar uma óbvia falta de visão para o futuro do partido. Foram apontadas a sua gestão solitária e personalizada, o recurso a saídas mediáticas inoportunas e arriscadas, bem como o uso abusivo das prerrogativas ligadas à presidência do partido. Além disso, a sua atitude clientelista na gestão das questões políticas e os seus comentários considerados insultuosos e tribalistas para com determinadas comunidades contribuíram para a perda de confiança dos seus pares.
Esta acção sem precedentes dos secretários nacionais da UDPS reflecte um profundo desacordo com a direcção tomada por Augustin Kabuya e levanta questões cruciais sobre o futuro do partido. Ao retirarem a sua confiança ao secretário-geral, estes eminentes membros da UDPS procuram reafirmar o seu apego aos princípios fundamentais do partido e à sua herança democrática.
A próxima convocação de uma reunião do executivo nacional do partido, presidida pelo membro mais antigo, Roger Mukendi, sugere remodelações significativas dentro da UDPS. As federações partidárias, tanto dentro como fora do país, são chamadas a conformar-se com a nova ordem política que está a emergir dentro da formação política.
Em suma, esta rejeição pública dirigida a Augustin Kabuya pelos secretários nacionais da UDPS marca um importante ponto de viragem na história recente do partido. Destaca as tensões internas e as diferenças estratégicas que agitam o grupo político mais antigo da República Democrática do Congo. O resultado desta crise interna permanece incerto, mas poderá redefinir a direcção futura da UDPS e ter um impacto significativo na cena política congolesa.