NATO aponta o dedo à China: questões de segurança internacional em questão

A cimeira da NATO deste ano foi marcada por uma declaração sem precedentes dos líderes da aliança. Na verdade, apontaram o dedo à China como o “facilitador decisivo” da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Este posicionamento marca um endurecimento do discurso da NATO em relação a Pequim e sublinha os “desafios sistémicos” que a China representa para a segurança dos países membros.

Os líderes da OTAN expressaram preocupação com o apoio desenfreado da China à Rússia e com o seu apoio maciço à indústria de defesa russa. Exortaram Pequim a cessar todo o apoio material e político ao esforço de guerra russo. A declaração surge num momento de tensões crescentes entre o Ocidente e a China, particularmente sobre as exportações de bens de dupla utilização para a Rússia.

Além destas preocupações, a NATO também analisou as actividades da China no espaço exterior, as suas práticas cibernéticas consideradas maliciosas, bem como a rápida expansão do seu arsenal nuclear. Os líderes da OTAN reafirmaram o seu compromisso de encetar um diálogo construtivo com a China, reforçando simultaneamente a sua resiliência face às tácticas coercivas chinesas.

A declaração surge num momento em que a NATO, historicamente focada na segurança na América do Norte e na Europa, está a expandir o seu âmbito em direção à Ásia. A presença de líderes de países asiáticos como a Nova Zelândia, o Japão e a Coreia do Sul na cimeira da NATO reflecte esta crescente abertura à Ásia-Pacífico.

A estreita relação entre a China e a Rússia, baseada numa “aliança ilimitada” declarada em 2022, preocupa os membros da NATO. Embora a China se tenha posicionado como um potencial mediador no conflito ucraniano, os líderes da NATO apontam o dedo ao apoio económico e diplomático prestado por Pequim a Moscovo.

Em reacção à declaração da NATO, a China reafirmou a sua neutralidade no conflito ucraniano, ao mesmo tempo que criticava a retórica “hawkish” da aliança. Pequim negou qualquer envolvimento na crise da Ucrânia e sublinhou o cumprimento dos seus controlos rigorosos sobre as exportações de bens de dupla utilização.

Esta escalada de tensões entre a NATO e a China sublinha a importância estratégica da região Ásia-Pacífico e os desafios de segurança que dela decorrem. Embora as relações internacionais estejam a passar por grandes convulsões, a questão do equilíbrio de poder entre as grandes potências continua a estar no centro das preocupações dos intervenientes internacionais.

Em conclusão, a declaração da NATO sobre a China levanta questões cruciais sobre o futuro das relações internacionais e da segurança global. À medida que as rivalidades entre as grandes potências se intensificam, a necessidade de um diálogo construtivo e de cooperação internacional continua a ser essencial para evitar novos conflitos e garantir a estabilidade no mundo de hoje.

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