Os escândalos de corrupção na Nigéria continuam a pesar fortemente na economia e na reputação do país. Quando o Presidente da Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC) fala do colossal montante desviado dos cofres nacionais, manifesta profunda preocupação com a própria viabilidade do país. Com efeito, a magnitude dos montantes envolvidos nestes desfalques é simplesmente surpreendente, ao ponto de suscitar descrença.
O Presidente Olukoyede, a primeira pessoa do Sul a dirigir esta instituição anticorrupção, sublinha a extensão das ações fraudulentas reveladas nos ficheiros que consulta. Ele chega ao ponto de sugerir que se os cidadãos nigerianos soubessem destes assuntos, não seriam capazes de conter as lágrimas. Estas manobras dissimuladas destinadas a desviar fundos públicos para contas privadas em bancos comerciais antes do final do ano fiscal levantam sérias questões sobre a ética da classe dominante e a sustentabilidade da economia nacional.
A corrupção endémica que assola a Nigéria constitui um factor importante de subdesenvolvimento e de injustiça social. O presidente da EFCC afirma que se este flagelo fosse erradicado, o país estaria muito melhor em comparação com muitas nações. Na verdade, a apropriação indevida de fundos públicos por indivíduos que ocupam cargos de responsabilidade mina a confiança dos cidadãos, compromete o bom funcionamento das instituições e prejudica gravemente a imagem da Nigéria na cena internacional.
A relutância de alguns altos funcionários em serem responsabilizados e responder pelas suas ações criminosas é particularmente preocupante. Esta aparente impunidade reforça o sentimento de impunidade dos perpetradores da corrupção e mina os esforços para promover a transparência e a boa governação. É imperativo que os culpados sejam responsabilizados pelos seus actos e que sejam tomadas medidas concretas para pôr fim a esta cultura de impunidade que envenena a vida política e económica do país.
Em última análise, o combate à corrupção na Nigéria continua a ser um desafio assustador, mas é essencial que as autoridades, os cidadãos e a sociedade civil se unam para provocar mudanças reais. A transparência, a responsabilização e a integridade devem tornar-se os pilares da governação pública para garantir um futuro mais justo e próspero para todos os nigerianos.