Num contexto marcado pela escalada de violência na República Democrática do Congo (RDC), um recente ataque a um comboio humanitário em Butembo (Kivu Norte) custou tragicamente a vida de dois trabalhadores humanitários. Esta agressão levanta mais uma vez a questão da segurança dos intervenientes humanitários e da protecção das populações civis numa região onde as necessidades humanitárias são imensas.
O coordenador humanitário da RDC, Bruno Lemarquis, condenou veementemente este ataque, sublinhando que é inaceitável que aqueles que trabalham para ajudar as pessoas afectadas sejam eles próprios alvo. Apelou a que a segurança dos trabalhadores humanitários fosse garantida e que os responsáveis por estes actos hediondos fossem identificados e levados à justiça.
Este ataque insere-se num contexto mais amplo de escalada de violência na província do Kivu do Norte, pondo em perigo o trabalho dos trabalhadores humanitários e a vida das populações locais. Desde o início do ano, mais de 170 incidentes de segurança atingiram directamente intervenientes humanitários, causando a morte de vários deles e ferindo muitos outros. Além disso, houve relatos de sequestros de trabalhadores humanitários, violando o direito humanitário internacional.
O ataque ao comboio humanitário em Butembo ocorreu num contexto de tensões crescentes no território Lubero, onde a violência causou deslocações massivas de populações e criou necessidades humanitárias urgentes. Esta situação precária torna o trabalho dos intervenientes humanitários na região ainda mais crítico e exige uma resposta coordenada e eficaz para proteger os civis e garantir o acesso à ajuda humanitária.
Perante estes desafios, é imperativo que a comunidade internacional reforce o seu apoio aos intervenientes humanitários no terreno e exerça pressão sobre as partes envolvidas nos conflitos para garantir a segurança dos trabalhadores humanitários e das populações civis. A proteção dos intervenientes humanitários é uma condição essencial para responder às necessidades humanitárias nas zonas afetadas por conflitos na RDC e para prevenir novas tragédias humanitárias.