Em 16 de junho de 2013, centenas de jovens convergiram para os Union Buildings na África do Sul para se manifestarem. Esta mobilização fez eco às reivindicações da Coligação Nacional da Juventude, que aponta para a inacção do governo do Presidente Cyril Ramaphosa face aos problemas enfrentados pelos jovens, como o desemprego e o acesso limitado a uma educação de qualidade.
Moeketsi Koahela, presidente interino da coligação, lamentou a falta de resposta da presidência aos repetidos pedidos da organização, formada em 2022 para promover o desenvolvimento de líderes jovens, éticos e transformadores. Apesar do envio de memorandos em 2022 e 2023, que ficaram sem resposta, o governo manteve-se em silêncio face às reivindicações da juventude.
Estas exigências incluem o cancelamento da dívida estudantil dos licenciados desempregados que vivem abaixo do limiar da pobreza, bem como o estabelecimento de um rendimento básico mensal universal para pessoas desempregadas com idades compreendidas entre os 18 e os 59 anos. Com uma taxa de desemprego que atinge os 45,5% entre os jovens dos 15 aos 34 anos, segundo as estatísticas, estas medidas visam responder à urgência da situação.
Para além da criação de emprego, a coligação apela ao governo para que invista em energias renováveis e apoie a propriedade comunitária destas fontes de energia. Ela também critica a falta de verba destinada à disponibilização gratuita de produtos de higiene menstrual em todas as escolas e locais públicos.
Embora este ano não se realize a marcha anual até aos Union Buildings, a Coligação Nacional da Juventude estabeleceu ao governo o prazo de 16 de junho de 2026 para responder às suas exigências. Neste ano em que se assinalam 48 anos desde a revolta de Soweto, de 16 de Junho de 1976, é essencial lembrar que a luta pela igualdade e pela justiça social continua relevante.
Falando esta semana à Fatshimetrie sobre a importância do Dia da Juventude, alguns jovens destacaram uma mudança de mentalidade desde o fim do apartheid em 1994. Embora a luta contra as injustiças persista, os desafios enfrentados pelos jovens evoluíram, incluindo o elevado desemprego e as alterações climáticas. É, portanto, essencial continuar a defender os direitos e as ambições das gerações mais jovens para construir um futuro melhor para todos.