O impacto das atividades humanas na biodiversidade e nos ecossistemas marinhos tornou-se um tema quente, exigindo sensibilização imediata e ações concretas. Em março de 2022, o relatório da UNESCO destaca as múltiplas ameaças que pesam sobre os oceanos, pondo em perigo o seu delicado equilíbrio e riqueza biológica.
A organização sublinha que o nosso planeta trata os oceanos “como um vale-tudo”, o que deve parar imediatamente. As alterações climáticas estão a perturbar a vida marinha, expondo os oceanos a múltiplos perigos, como a poluição, a acidificação e a perda de biodiversidade.
Baseado em dados fornecidos por 100 cientistas de todo o mundo, este relatório serve como um alerta sobre novas ameaças que pesam sobre os oceanos. Fenómenos como a perda de oxigénio, a acidificação, a subida do nível do mar e a deterioração dos ecossistemas marinhos são sinais alarmantes da deterioração dos nossos oceanos.
Vidar Helgesen, secretário executivo da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da UNESCO, salienta que as perturbações ligadas às alterações climáticas estão a ter um impacto devastador na vida marinha. Destaca questões como o aumento da temperatura dos oceanos, o aumento do nível do mar e o aumento da acidificação devido à absorção de emissões de combustíveis fósseis.
Uma das principais ameaças aos oceanos é a acidificação, causada em grande parte pelas emissões de combustíveis fósseis. Esta transformação na composição química dos oceanos tem consequências diretas na reprodução dos mariscos, que desenvolvem conchas mais finas e frágeis.
Além da poluição plástica, os resíduos químicos também representam um grave perigo para os ecossistemas marinhos. As descargas de nutrientes provenientes da agricultura e das indústrias químicas esgotam o oxigénio da água, levando a “zonas mortas” onde a vida marinha luta para sobreviver.
O relatório da UNESCO revela que os oceanos perderam 2% do seu oxigénio desde a década de 1960 devido ao aquecimento e à poluição. As zonas costeiras são as mais afectadas, com algumas espécies de plantas e animais a lutar para sobreviver. Cerca de 500 “zonas mortas” foram identificadas onde quase não resta vida marinha.
O relatório apela à preservação de “florestas marinhas”, como mangais, prados de posidónia e pântanos salgados, que funcionam como sumidouros de carbono. Estes ecossistemas armazenam cinco vezes mais carbono do que as florestas terrestres, mas são infelizmente negligenciados nos planos globais de acção climática.
Proteger os oceanos é crucial para manter o equilíbrio da vida na Terra, pois são essenciais para a nossa sobrevivência. É imperativo agir com determinação para preservar os nossos preciosos ecossistemas marinhos e garantir um futuro sustentável para o nosso planeta e os seus habitantes.