Fatshimetria
Na terça-feira, 11 de junho de 2024, a Universidade Uele, localizada em Isiro, foi palco de fortes tensões enquanto os estudantes se mobilizavam massivamente para expressar a sua insatisfação com o aumento das propinas académicas para o segundo semestre. Esta decisão, tomada pela comissão gestora da instituição, seguiu-se a um reajuste da taxa de câmbio que passou de 2500 FC para 2800 FC por dólar.
Os estudantes, determinados a fazer ouvir a sua voz, denunciaram este aumento repentino e exigiram também a saída imediata da comissão de representação estudantil, que acusaram de ser cúmplice e ineficaz na defesa dos seus interesses. A situação atingiu o seu clímax quando alguns manifestantes decidiram queimar pneus à entrada do estabelecimento, o que motivou a intervenção da polícia para evitar qualquer excesso.
Perante esta crise, as negociações entre o comité de gestão da universidade e os representantes dos estudantes conduziram finalmente a um compromisso. A taxa de câmbio foi revista em baixa, regressando a 2.500 FC por dólar, e uma eleição para formar um novo comité de representação estudantil foi planeada para as próximas duas semanas, a fim de restaurar um clima de paz dentro da universidade.
Esta situação na Universidade de Uele evidencia as dificuldades enfrentadas pelos estudantes congoleses em termos de acesso ao ensino superior. Embora a educação deva ser um direito fundamental para todos, a questão das propinas académicas e da gestão transparente dos recursos continua a ser uma grande preocupação para muitos estudantes.
É essencial que as autoridades universitárias e governamentais se comprometam a garantir uma educação de qualidade, acessível a todos, sem discriminação financeira. Os estudantes são os principais intervenientes na sociedade de amanhã e é essencial proporcionar-lhes as melhores condições de aprendizagem para que possam contribuir plenamente para o desenvolvimento do seu país.
Em conclusão, a manifestação estudantil na Universidade de Uele sublinha a importância da consulta e do diálogo para resolver conflitos e melhorar as condições de estudo dos jovens congoleses. É necessário que todas as partes interessadas se comprometam a trabalhar em conjunto para garantir um futuro melhor para a juventude e a educação na República Democrática do Congo.