O cenário político da República Democrática do Congo está em pleno andamento com a inauguração da nova Assembleia Nacional. No entanto, esta sessão inaugural foi marcada pela ausência de deputados da oposição, em particular os do partido Ensemble pour la République, liderado por Moïse Katumbi. Este último, crítico do processo eleitoral, continua a exigir novas eleições. Isto levanta a questão de saber se a oposição participará ou não nesta nova legislatura.
Juntos pela República realizará reunião na próxima semana para decidir sobre sua participação nas instituições. Duas posições se opõem dentro deste partido. Alguns acreditam que participar na Assembleia equivaleria a validar os resultados eleitorais contestados. Outros consideram esta participação como uma utilização pragmática dos resultados, sem reconhecer a sua legitimidade.
Um exemplo notável é dado por alguém próximo de Moïse Katumbi, que compara esta situação a alguém que é roubado em 1.000 dólares, mas recebe de volta 300 dólares no caminho. Segundo ele, seria pragmático utilizar esses 300 dólares, rejeitando ao mesmo tempo a legitimidade do ladrão para os restantes 700 dólares.
Outro argumento apresentado é o risco de perder a maioria dos deputados do Ensemble pour la République, que poderiam juntar-se à maioria em caso de não participação na legislatura. Assim, alguns argumentam que esta participação deve basear-se num roteiro claro e que qualquer decisão de boicote deve ser acompanhada de uma solução alternativa.
De forma mais ampla, a decisão final de participar ou não na Assembleia Nacional deve dizer respeito a todas as estruturas políticas ligadas a Moïse Katumbi, a todos os níveis: delegação nacional, delegação provincial e conselhos comunais.
O debate sobre a participação da oposição na nova legislatura na RDC é, portanto, intenso e levanta questões fundamentais. As decisões que serão tomadas terão um impacto significativo na dinâmica política do país e na relação entre a maioria e a oposição. É essencial acompanhar cuidadosamente a evolução da situação política na RDC nas próximas semanas.