No contexto da sensibilização sobre a higiene menstrual, é fascinante ver que estão a ser feitos progressos significativos em algumas famílias e escolas em Kinshasa. Onde antes o tema da menstruação era considerado tabu, parece que está a ocorrer uma evolução positiva, revelando uma abordagem mais aberta e responsável face a este fenómeno natural.
Hoje, os pais mostram-se comprometidos e preocupados com o bem-estar de suas filhas adolescentes ao abordarem a questão da menstruação sem constrangimentos ou reservas. Um exemplo marcante é o de Pauline, uma estudante de 17 anos da Coupe Couture no Complexo Escolar Bopore Bomoto. Evoca sinceramente os seus sentimentos e o apoio tranquilizador da mãe face às dores menstruais, ao mesmo tempo que sublinha a persistente timidez nas trocas com o pai, devido ao tabu associado a este assunto.
Mesmo dentro da escola, Complexo Escolar Bompore Bomoto, a higiene menstrual é considerada uma questão importante. Os cursos de educação para a vida incluem regularmente esta disciplina, demonstrando assim o desejo de informar e apoiar os alunos na sua compreensão e gestão da menstruação.
Além disso, o envolvimento das mães e dos pais neste processo de educação e sensibilização demonstra uma mudança positiva de mentalidades. Dona Pamu, dona de casa e mãe de quatro meninas, ressalta a importância de discutir abertamente esse assunto dentro da família, ressaltando a necessidade de higiene e preparo durante a menstruação.
Até os homens estão preocupados, como Flory Makinisi, agente da Direcção Geral de Impostos e pastor de uma igreja. A sua abordagem proactiva de exibir um “gráfico menstrual” em casa ilustra o envolvimento conjunto dos pais no apoio aos seus filhos, quebrando tabus e promovendo discussões regulares e carinhosas sobre a questão da menstruação.
Esta mudança de mentalidades e este desejo de informar e educar sobre a higiene menstrual demonstram um progresso notável na sociedade congolesa. Ao encorajar o diálogo aberto e a compreensão mútua, estas iniciativas não só ajudam a quebrar o estigma que rodeia a menstruação, mas também promovem o respeito, a dignidade e o bem-estar das mulheres e das raparigas.