A crise entre a CEDEAO e os países do Sahel está a intensificar-se: três países anunciam a sua retirada imediata.

A crise entre a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e os países em transição da região do Sahel continua a intensificar-se, com anúncios recentes de retirada imediata de três países que sofreram golpes: Estado – Níger, Mali e Burkina Faso. Os juízes militares destes países acusaram a CEDEAO de falta de apoio e de sanções “desumanas” ligadas aos golpes de estado.

Esta retirada conjunta dos três países membros representa um golpe sem precedentes para a CEDEAO, que foi criada há quase 50 anos com o objectivo de promover a cooperação e a integração económica na região. A CEDEAO é considerada a principal autoridade política na África Ocidental e tem sido frequentemente chamada a resolver os problemas políticos, económicos e de segurança dos Estados membros.

No entanto, muitos cidadãos da região acreditam que a CEDEAO não conseguiu representar os seus interesses e beneficiar os seus países com os recursos naturais que abundam. Esta perda de apoio e confiança dos cidadãos põe em causa o papel e a eficácia da CEDEAO.

No que diz respeito ao processo de saída da organização, o tratado da CEDEAO prevê que um país membro que pretenda abandonar a organização deve notificar oficialmente a gestão com um ano de antecedência. Durante este período, o país deve continuar a respeitar as obrigações do acordo. No entanto, a CEDEAO disse que ainda não tinha sido oficialmente informada da decisão dos países em transição e que, por enquanto, eles continuavam a ser membros importantes da organização.

Esta retirada dos países em transição constitui uma ruptura significativa nas relações entre a CEDEAO e os Estados-Membros em causa. A CEDEAO optou por utilizar sanções como meio de pressão para tentar restaurar a ordem democrática nestes países, mas isso levou a uma deterioração das relações. Além disso, a criação da Aliança dos Estados do Sahel por estes países em transição foi vista como uma tentativa de legitimar os seus governos militares e procurar colaborações de segurança fora da CEDEAO.

Esta crise com a CEDEAO poderá atrasar o regresso à democracia nos países em transição e incitar outros países a levar a cabo golpes de estado. Além disso, poderia permitir à Rússia expandir a sua influência em África, uma vez que os países em transição poderiam procurar novos parceiros internacionais.

É evidente que a situação é volátil e que devem ser encontradas soluções diplomáticas para preservar a estabilidade da região do Sahel. Os próximos meses serão decisivos para ver como esta crise evoluirá e se poderão ser encontrados compromissos entre a CEDEAO e os países em transição.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *