“Comores: Azali Assoumani defende mudança política mas levanta dúvidas entre os seus adversários”

Nas Comores, o artigo 65.º da Constituição exige que o Presidente da República faça um discurso anual sobre o Estado da União na Assembleia Nacional. É neste contexto que o Presidente Azali Assoumani dirigiu-se ontem à nação, destacando a acção do seu governo e discutindo as perspectivas futuras, em particular as próximas eleições presidenciais nas quais ele próprio é candidato.

Num discurso marcado pela unidade, Azali Assoumani convidou os seus cinco adversários políticos a juntarem-se a ele na preservação da alternância política pacífica e democrática. Elogiando a paz e a consolidação da democracia, alertou contra todas as formas de extremismo e estendeu a mão aos seus oponentes. “Continuo totalmente disponível para continuar, com todos os actores políticos e da sociedade civil do nosso país, a favorecer todas as vias susceptíveis de garantir a realização de eleições livres, transparentes e democráticas, que permitirão ao nosso país e à sua população sair vitorioso, ” ele disse.

No entanto, estas observações foram recebidas com cepticismo pelos seus adversários políticos, que vêem nelas uma certa contradição. Eles questionam o comportamento do presidente, incluindo a sua recusa em tirar licença do cargo durante a campanha eleitoral, bem como a utilização de bens e pessoal do Estado para ganho pessoal. “Como pode Azali defender a democracia quando é o primeiro a desrespeitá-la? Como pode ele exortar os comorianos a tratar os candidatos de forma igual quando se coloca acima de outros candidatos?”

Se Azali Assoumani elogiou o trabalho eficaz das instituições responsáveis ​​pela organização das eleições, em particular a Comissão Eleitoral Nacional Independente, a oposição continua a criticar o seu comportamento, alimentando assim as tensões a duas semanas das eleições presidenciais.

Este discurso de Azali Assoumani levanta, portanto, questões sobre o seu real desejo de promover um ambiente político justo e democrático. As contradições entre as suas palavras e as suas ações lançam dúvidas sobre a sua verdadeira visão da democracia e da alternância política. Resta saber como esta situação evoluirá nas próximas semanas e se os diferentes intervenientes políticos conseguirão encontrar um terreno comum para garantir eleições justas e transparentes. O povo das Comores esperará ansiosamente para ver como se desenrola este período político crucial e que impacto terá no futuro do país.

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