As eleições presidenciais nas Comores estão marcadas para 14 de janeiro e já provocam grandes tensões. Durante a cerimónia de apresentação dos desejos do Presidente Azali Assoumani, os jornalistas questionaram o Chefe de Estado sobre a composição da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI), acusada pelos partidos da oposição de parcialidade a favor do Presidente cessante.
Azali Assoumani respondeu reafirmando a sua confiança na CENI e pedindo aos opositores que provassem as suas acusações perante as autoridades competentes. Salientou também que a comunidade internacional, especialmente os Estados Unidos, estava satisfeita com o processo eleitoral em curso. No entanto, esta afirmação foi fortemente criticada pela oposição, que acredita que o presidente vive numa bolha e que as suas palavras não correspondem à realidade.
Os partidos da oposição pretendem levar o caso à Justiça para denunciar supostas irregularidades na CENI. No entanto, manifestam cepticismo quanto à eficácia desta abordagem, destacando o facto de não terem recebido resposta a encaminhamentos anteriores. A oposição teme que estas eleições não sejam verdadeiramente livres e justas e que a CENI favoreça o presidente cessante.
Além disso, a questão da garantia da votação também foi abordada durante a cerimónia. Azali Assoumani indicou que a gendarmaria e a polícia nacionais seriam responsáveis pela segurança, de acordo com os acordos de consulta. Expressou a esperança de não ter de recorrer aos militares para manter a ordem durante o processo eleitoral.
Esta situação reflecte as tensões políticas e as questões que rodeiam as eleições presidenciais nas Comores. Enquanto os partidos da oposição denunciam a parcialidade da CENI, o Presidente Azali Assoumani reafirma a sua confiança na instituição. Resta saber como estas tensões serão geridas e se as eleições decorrerão de acordo com os princípios democráticos. Uma coisa é certa: os olhos da comunidade internacional estarão voltados para as Comores durante estas eleições presidenciais cruciais.