O debate em torno da decisão do governo de levantar a moratória sobre a pena de morte para soldados acusados de traição continua a gerar uma onda de reacções. Depois das posições assumidas por personalidades como Denis Mukwege e Jean-Marc Kabund, é a vez do Cardeal Fridolin Ambongo partilhar o seu ponto de vista sobre esta controversa medida.
Segundo o Arcebispo Metropolitano de Kinshasa, a noção de “traidor” deve ser esclarecida antes de tomar decisões tão sérias. Para ele, os principais traidores da pátria são aqueles que detêm o poder e não atendem aos interesses do povo. Ele acredita, portanto, que punir aqueles que considera “traidores” se torna então um meio de acertar contas políticas, em vez de garantir segurança e justiça.
A recente nota circular da Ministra da Justiça, Rose Mutombo, que justifica o levantamento da moratória pelo desejo de proteger o exército de elementos considerados desleais, continua a dividir opiniões. Esta decisão preocupa a população e os defensores dos direitos humanos, que temem que possa ser utilizada de forma arbitrária e politizada para reprimir todas as formas de oposição.
A questão da pena de morte continua, portanto, a ser um tema sensível e complexo, que levanta questões fundamentais sobre a justiça, a segurança e os direitos humanos na República Democrática do Congo. Cabe a todos manter-se vigilantes e comprometer-se a garantir o respeito pelos valores democráticos e pelos direitos fundamentais de todos os cidadãos.