A Etiópia está actualmente no centro das preocupações económicas internacionais, uma vez que uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) visita o país para discutir o estabelecimento de um programa de empréstimos. Esta abordagem ocorre num contexto em que Adis Abeba, confrontada com dificuldades financeiras, solicitou ao FMI uma assistência financeira significativa de cerca de 3,5 mil milhões de dólares para pagar a sua dívida e estabilizar a sua economia, fortemente afectada pela escassez de divisas e pela inflação elevada.
Apesar deste pedido de ajuda, as discussões com o FMI foram dificultadas nos últimos meses devido ao conflito no norte do país e à ausência de garantias dos credores relativamente ao alívio da dívida. Em Dezembro, o Clube de Paris disse que a sua oferta de suspender os pagamentos da dívida da Etiópia até 2025 poderia ser retirada se o país não conseguisse um empréstimo do FMI até ao final de Março de 2024.
Entretanto, também está a ser colocada pressão sobre a Etiópia para reembolsar uma euro-obrigação de milhares de milhões de dólares que vence este ano. Em Dezembro, o país falhou um pagamento de 31 milhões de dólares, colocando-o em situação de incumprimento, tal como a Zâmbia e o Gana.
Durante a sua visita a Adis Abeba, a missão do FMI deverá analisar o programa económico proposto pela Etiópia e formular as suas recomendações sobre o mesmo. Além das questões relacionadas com a estabilidade política e a dívida, o organismo internacional também poderia encorajar a Etiópia a desvalorizar a sua moeda e iniciar reformas como a liberalização dos sectores bancário e de telecomunicações.
Esta situação realça a importância de a Etiópia encontrar um equilíbrio financeiro sustentável e implementar reformas estruturais para relançar a sua economia e garantir a sua estabilidade financeira a longo prazo.