A história de sucesso de Emilio Nsue: De jogador obscuro a herói da Taça das Nações Africanas
A Taça das Nações Africanas é muitas vezes uma oportunidade para os talentos mais desconhecidos se revelarem ao grande público. Este ano é o capitão da selecção da Guiné Equatorial, Emilio Nsue, quem cria a surpresa. Aos 34 anos, este lateral-direito que joga numa equipa da terceira divisão em Espanha está a tornar-se num dos heróis improváveis da competição.
Com cinco gols já marcados, Nsue é atualmente o artilheiro do torneio, à frente de todos os demais jogadores. Sob a sua liderança, a selecção da Guiné Equatorial terminou de forma brilhante na liderança do seu grupo durante a fase de grupos, eliminando equipas de renome como Nigéria, Costa do Marfim e Guiné-Bissau.
“É simplesmente incrível. Para nós é história, para o nosso país, para o nosso povo”, disse Nsue, que costuma jogar como atacante da seleção nacional. “É um sonho, um grande sonho.”
Na última partida do grupo, Nsue marcou duas vezes contra a Costa do Marfim, dando à Guiné Equatorial uma vitória clara por 4-0. Esta vitória colocou o país anfitrião em grande risco de eliminação.
“Às vezes acontece no futebol… Chutamos a bola quatro ou cinco vezes e marcamos quatro gols. Portanto, não é um jogo de verdade”, diz Nsue. “Eles deram o melhor de si. Nós demos o nosso melhor. Mas mostramos mais uma vez que somos um grupo muito forte. Lutamos uns pelos outros. Nos ajudamos. Não temos superestrelas. Mas, como equipe, somos um só.” dos mais poderosos de África.”
No jogo anterior, Nsue já tinha marcado um hat-trick na vitória por 4-2 sobre a Guiné-Bissau. Foi o primeiro hat-trick numa Taça Africana em 16 anos e Nsue tornou-se o jogador mais velho a consegui-lo.
Com cinco gols, Nsue é o maior goleador da fase de grupos desde 1970, quando Laurent Pokou marcou sete gols pelo Sudão. A bola oficial desta Taça Africana chama-se “Pokou” em homenagem ao antigo avançado marfinense.
Não seria surpreendente se a bola numa futura competição fosse batizada de “Nsue”, em homenagem ao outrora pouco conhecido capitão da selecção da Guiné Equatorial, conhecido como Trovão Nacional.
Nsue, nascido na Espanha, atualmente joga no Club de Fútbol Intercity de Alicante, na Espanha, onde o time joga na terceira divisão. Jogador poderoso e físico, geralmente atua como lateral-direito, mas também pode atuar lateralmente.
Ele jogou por muitos clubes desde seus primeiros dias no futebol, incluindo Real Sociedad na Espanha, Middlesbrough e Birmingham na Inglaterra, APOEL e Apollon Limassol em Chipre e Tuzla City na Bósnia.. Ele ingressou na Intercity em 2022.
Nsue começou a carreira mais alto no campo e sempre teve uma mentalidade ofensiva, mesmo quando utilizado na defesa. Ele jogou nas categorias de base pela Espanha antes de escolher representar o país de seu pai em 2013.
Atribui o sucesso da Guiné Equatorial ao espírito de equipa forjado por Juan Michá, que foi treinador adjunto e dirigiu as camadas jovens do país antes de assumir a selecção principal.
“Somos irmãos, tocamos juntos há sete ou oito anos. Nos conhecemos muito bem”, disse Nsue à Associated Press. “Somos amigos e acho que quando entramos em campo dá para sentir isso. Lutamos um pelo outro. Somos uma família. Tentamos ajudar uns aos outros. Transmitimos vibrações positivas. Acho que essa é a chave.”
Nsue diz que vai “lutar” para terminar como artilheiro do torneio, mas coloca o sucesso do time à frente do seu.
“No futebol, às vezes somos parados, às vezes não”, diz Nsue. “Agora estou num período muito bom, vou tentar continuar. Mas para mim o mais importante é que a minha seleção continue a vencer jogos e que o nosso povo esteja orgulhoso de nós.
“Fizemos história e continuaremos a fazer história.”
Com as suas atuações excepcionais e liderança em campo, Emilio Nsue está a tornar-se um exemplo inspirador para jogadores desconhecidos que sonham em fazer nome no mundo do futebol. A Taça das Nações Africanas é o recreio perfeito para estes talentos ocultos e Nsue está a aproveitar esta oportunidade com louvor.