Agentes do Estado na RDC: a luta por salários dignos

Os agentes do Estado e os funcionários públicos da República Democrática do Congo enfrentam hoje dificuldades financeiras na sequência do incumprimento dos compromissos assumidos pelo governo. A Intersindical Nacional da Administração Pública (INAP) manifestou recentemente preocupações sobre o atraso no pagamento dos salários anunciados desde Setembro de 2023, bem como o incumprimento dos valores acordados, nomeadamente o de 130 dólares para os oficiais de justiça.

Fidèle Kiyangi Matangila, líder do INAP, levantou estas questões durante uma assembleia geral realizada em Gombe em 9 de Abril de 2024. Destacou as justificações do governo que atribui estes atrasos nos pagamentos à preocupante situação de segurança no país e à urgência de mobilizar fundos para os esforços de guerra. Apesar das dificuldades encontradas para honrar os compromissos dos primeiros trimestres, foi feita a promessa de regularizar os pagamentos a partir do terceiro trimestre, ou o mais tardar, no quarto trimestre do corrente ano.

No que diz respeito à política salarial, o governo comprometeu-se a criar uma comissão mista a partir de Maio ou Junho de 2024, a fim de desenvolver uma política salarial mais justa. Os agentes do Estado e os funcionários públicos são, portanto, convidados a serem pacientes enquanto aguardam que estas promessas governamentais se concretizem.

Contudo, a situação suscita preocupações legítimas sobre a estabilidade financeira dos trabalhadores da administração pública. A incerteza em torno das datas de regularização dos pagamentos, bem como a ausência de garantias relativamente às medidas concretas que serão tomadas para garantir uma melhor gestão financeira levantam questões legítimas.

É imperativo que o governo congolês tome medidas concretas para restaurar a confiança e garantir o respeito pelos compromissos assumidos com agentes do Estado e funcionários públicos. Estão em jogo a estabilidade financeira e o bem-estar de milhares de trabalhadores cujas condições de vida dependem destes salários. A transparência e a responsabilização na gestão dos recursos públicos devem ser prioridades para garantir um futuro mais sereno para a administração pública da República Democrática do Congo.

É, portanto, essencial que as autoridades tenham em consideração as reivindicações legítimas dos trabalhadores e implementem medidas concretas para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos com estes agentes dedicados. Só uma acção rápida e eficaz irá restaurar a confiança e preservar a dignidade dos funcionários públicos que trabalham todos os dias para o bom funcionamento do Estado.

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