No mundo do futebol, o problema contínuo da falta de diversidade entre os treinadores negros continua a suscitar questões e debates. Apesar dos esforços de órgãos governamentais como a FIFA e a UEFA para combater os abusos racistas contra jogadores, a sub-representação de pessoas de cor em cargos de treinador continua a ser um tema quente.
De acordo com um relatório recente da Black Footballers Partnership, embora 43% dos jogadores da Premier League em Inglaterra sejam de ascendência negra, apenas 4% ocupam cargos de treinador no futebol profissional inglês. Esta disparidade não é específica da Inglaterra, pois também observamos uma flagrante falta de diversidade nas divisões superiores dos campeonatos francês, italiano, espanhol e alemão.
A observação é clara: existe um desequilíbrio flagrante entre o número de jogadores negros e o número de treinadores de diversas origens. Wilfried Nancy, único treinador negro da Major League Soccer (MLS), questiona-se sobre as razões desta situação. Ele levanta o paradoxo segundo o qual muitos jogadores negros atuam em campo, mas poucos conseguem acessar cargos de treinador.
Os órgãos dirigentes do futebol implementaram iniciativas, como o Código de Diversidade de Liderança da Federação Inglesa de Futebol, que visa promover a diversidade em posições de liderança. No entanto, números recentes mostram que o progresso ainda é lento e os treinadores negros ainda enfrentam obstáculos nas suas carreiras.
É portanto crucial questionar as práticas de recrutamento e promoção, a fim de dar oportunidades justas a todos os treinadores, independentemente da sua origem. É hora de promover uma maior representação e derrubar as barreiras que limitam a diversidade no mundo do futebol. Só um verdadeiro compromisso com a inclusão e a igualdade permitirá mudar mentalidades e criar um ambiente onde a diversidade seja verdadeiramente valorizada.