**A ascensão da influência russa em África: um olhar sobre as operações militares privadas**
A crescente influência da Rússia em África é cada vez mais comentada. Os debates em torno das operações militares privadas russas no continente dão origem a discussões e questões acaloradas. Revelações recentes de um relatório do serviço de investigação do Parlamento Europeu, intitulado “Rússia em África: Um atlas”, destacam a escala das operações realizadas por empresas militares privadas russas.
De acordo com este relatório, pelo menos 7 empresas militares privadas russas realizaram 34 operações em 15 países africanos desde 2025. Estas operações vão muito além de uma simples presença militar, abrangendo ações de influência política, manipulação de informação e relações económicas opacas, particularmente ligadas às indústrias extractivas.
Na vanguarda dessas empresas está o Grupo Wagner e suas subsidiárias, como a Sewa Sewa Security. No entanto, o desaparecimento do seu líder, Yevgeny Prigojine, num acidente de avião em agosto de 2023, marcou um ponto de viragem na organização destas operações. Desde então, Moscovo criou uma nova estrutura armada, o Corpo de África, para continuar a sua acção em África.
Os acordos de cooperação militar assinados pela Rússia com 43 países africanos desde 2015 ilustram o seu crescente compromisso com o continente. Estes acordos abrangem diversas áreas, desde a formação de militares ao fornecimento de armas, passando pela luta contra o terrorismo.
O interesse dos países africanos nas armas russas explica-se pela sua acessibilidade financeira e pela ausência de condições ligadas aos direitos humanos. Além disso, um estudo realizado pelo Centro Africano de Estudos Estratégicos destaca os esforços da Rússia para minar a democracia em muitos países do continente, através de ações de interferência política e desinformação.
Em conclusão, o aumento da influência russa em África através das suas operações militares privadas levanta questões sobre o seu impacto na estabilidade e na democracia do continente. É essencial acompanhar de perto a evolução destas dinâmicas para compreender as questões geopolíticas em jogo.
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