### Reforma Gecamines: um desafio estratégico para a República Democrática do Congo
O setor de mineração é um dos pilares da economia da República Democrática do Congo (RDC), um país rico em recursos naturais. No centro deste setor está o general de carreiras e minas (Gécamines), uma empresa pública cuja futura levanta questões cruciais. O relatório publicado recentemente após o controle parlamentar liderado pelos deputados nacionais destacou os desafios enfrentados por esta empresa emblemática. Diante da situação alarmante descrita por especialistas no setor, uma reforma parece não apenas necessária, mas também urgente.
### Esta avaliação é essencial
O Sr. Jean-Pierre Okenda, analista do setor extrativo, enfatizou a importância de uma avaliação aprofundada do estado atual das gecaminas. Ele enfatiza que essa empresa pública acumulou dívidas importantes e que a clareza de seus ativos e passivos é essencial para considerar qualquer reforma. Essa avaliação também deve estar relacionada a concessões e permitir quais, segundo Okenda, foram amplamente vendidos, reduzindo assim o valor líquido da empresa.
O deputado John Kabeya Mbonda, que liderou a missão parlamentar, também expressou preocupações sobre a administração atual de gecaminas, relatando “sem orçamento ou planejamento”. Essas observações levantam questões relevantes sobre a governança da Companhia e os mecanismos de responsabilidade que devem ser aplicados a ela.
#### Um ambiente complexo
As gecaminas evoluem em um ambiente complexo, onde é crucial levar em consideração as relações com o estado congolês. A dependência da empresa em relação à classe política é um grande obstáculo à sua reabilitação. Okenda pede a liberação dos Gecamines do aperto político, dizendo que sua operação como um “tronco de dólares” deve parar. Esse ponto de vista merece ser cuidadosamente considerado, pois destaca as implicações das escolhas políticas na gestão das empresas públicas.
O problema da governança se estende além das simples decisões administrativas. Também envolve a luta contra o que Okenda chama de “predadores financeiros”, que compromete não apenas a viabilidade das gecaminas, mas também a da economia nacional como um todo.
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Apesar da imagem preocupante, Okenda expressa um certo otimismo quanto à possibilidade de endireitar as gecaminas. Ele continua convencido de que sua reciclagem é possível, desde que se possa estabelecer uma visão clara e objetivos bem definidos para a empresa. Isso exigiria um forte compromisso político e um desejo coletivo de reformar.
Entre as ações sugeridas, uma opção prevista seria abrir a capital das gecaminas para investidores privados. No entanto, isso levanta questões sobre como esses investimentos são regulamentados e supervisionados para garantir que eles servem ao interesse nacional e não aos interesses privados. As lições do passado, onde o país sofreu com uma exploração abusiva de seus recursos, deve orientar qualquer abordagem futura.
#### Conclusão
A situação atual das gecaminas é indicativa dos desafios sistêmicos que caracterizam o setor extrativo na RDC. A necessidade de uma reforma é inegável, mas também é fundamental garantir que essa reforma esteja ancorada em um contexto de transparência, responsabilidade e vontade política. O caminho para a revitalização das gecaminas pode muito bem ser um teste da capacidade da RDC de superar os obstáculos ligados à governança, corrupção e gerenciamento de recursos. Esse desafio é de importância de capital não apenas para as gecaminas, mas também para o futuro econômico do país.