** “Orfão de Balolanda”: um filme de paz e dignidade humana em Butembo **
No domingo, 11 de maio, a cidade de Butembo, localizada no coração da província de Kivu do Norte na República Democrática do Congo (RDC), foi palco de um evento significativo com a exibição do filme “Orphan de Baloland”. Este projeto, nascido de uma iniciativa local, apresenta crianças do clube “que as crianças pensam”, uma estrutura que trabalha para a supervisão e desenvolvimento de jovens na região. Através deste trabalho, os criadores procuram transmitir uma mensagem significativa: respeito à dignidade humana em um contexto de violência e sofrimento que atinge regularmente o leste do país.
O padre Jean Robert Kaghoma, designer e diretor do filme, insiste na importância do envolvimento das crianças na luta pela paz. “A paz é a maior aspiração dos homens”, diz ele. Por essas palavras, ele não apenas sublinha a fragilidade da paz na região, mas também o papel potencial dos jovens em sua preservação. De fato, a RDC experimentou décadas de conflito armado, violência e instabilidade política, levantando questões sobre o futuro de sua juventude. O desejo de ver as crianças se tornarem atores da mudança demonstra uma consciência essencial: aqueles que crescem hoje se casam com a importância de um compromisso pacífico de reivindicar seus direitos.
Um dos jovens atores, Chiprien Ngunugu, também expressa essa ambição com orgulho. Ao interpretar neste filme, ele evoca um despertar patriótico e um desejo de trazer uma forte mensagem aos líderes do país. Seu testemunho destaca uma tendência crescente dos jovens de escolher modos de expressão pacíficos para fazer com que sua voz seja ouvida, distinguindo -se das formas às vezes violentas de protesto que foram observadas no passado. É uma pausa que merece ser incentivada e sustentada, pois as consequências de tal escolha podem ser benéficas para a coesão social e o desenvolvimento da sociedade.
A exibição do filme atraiu um grande público, incluindo autoridades locais, alunos, pais e membros de associações. Isso demonstra uma mobilização significativa em torno das questões levantadas pelo documentário, mas também um reconhecimento do poder que a arte pode ter sobre o espírito coletivo de uma comunidade. No entanto, é relevante questionar o impacto duradouro dos eventos dessa natureza em um contexto frágil, como o de Kivu do Norte. As projeções de filmes podem ser oportunidades de reflexão, mas como transformar as discussões despertadas em ações concretas?
A RDC, e especialmente o Oriente, precisa de uma abordagem integrada que visa promover a paz e o respeito aos direitos humanos na educação, política e cultura. O risco é que os projetos isolados, por mais louváveis que sejam, permanecem sem resposta ou afetam apenas parte da população. O sucesso de tais projetos também depende da vontade de líderes comunitários e políticos de se envolver continuamente a favor da educação da paz e apoio a jovens iniciativas.
Finalmente, mesmo que a projeção em Butembo seja um passo em direção à consciência, isso abre o caminho para outras perguntas: quais são os apelos para os jovens que se atrevem a se expressar diante das injustiças? Que estruturas esse jovem acompanhará em sua busca por dignidade e direitos? E acima de tudo, como podemos garantir que a voz deles é ouvida além de um evento pontual?
A iniciativa em torno do filme “Orphan de Balolanda” merece ser elogiada por suas nobres intenções, mas deve fazer parte de uma abordagem de longo prazo, onde os jovens estarão verdadeiramente associados à construção de seu futuro. Em um mundo em constante evolução, a maneira pela qual a sociedade congolesa escolherá aprimorar e supervisionar essa geração, sem dúvida, definirá seu caminho para um futuro pacífico e respeitoso.