### Música como vetor de cultura e identidade: Atlantic Music Expo em Praia
A cada ano, Praia, a capital de Cape Verde, ganha vida no ritmo da Atlantic Music Expo (AME), um evento que se estabeleceu como uma plataforma essencial para os atores da indústria da música. Mas, além de seu papel comercial, o AME acaba sendo uma verdadeira encruzilhada cultural, um lugar onde as tradições musicais da África e das Américas se encontram.
Este ano, a roupa da alma coincide com o quinquagésimo aniversário da independência de Cape Verde, marcando um ponto de virada simbólica na história do país. Esse contexto oferece uma dimensão adicional ao evento, impulsionando novos artistas que, sem esquecer o passado, aspiram a escrever o futuro da música cap-verdia.
#### riqueza musical para redescobrir
A música, descrita por Diego Gomes, artista da ilha de São Vicente, como “o tesouro mais precioso” de Cape Verde, realmente incorpora a identidade cultural do país. Suas palavras ressoam como um eco no trabalho de Cesária évora, muitas vezes considerada um dos maiores ícones da música cap-verdia. Como podemos, através da música, fortalecer esse vínculo intergeracional enquanto nutriu o orgulho nacional?
A diversidade de gêneros musicais apresentados durante o AME testemunha essa riqueza. Artistas como Zuleica Barros, que se definem como afro-futurista, ilustram como a experiência pessoal e as raízes culturais podem se fundir com influências contemporâneas. Sua música, “Cada Kual”, não é apenas uma representação de seu curso de vida, mas também uma homenagem à resiliência dos cap-verdianos. Isso levanta a questão do compromisso dos artistas com os desafios sociais e econômicos de seu país.
### Transformação da juventude e cultural
A presença de figuras como Fattu Djakité, que une as tradições de Guinea-Bissau e Cape Verde, sublinha as possibilidades de colaboração e transformação cultural. Sua visão da música como um meio de celebrar sinergias entre esses dois países destaca a importância dos laços históricos e culturais em nosso mundo globalizado. Como essas trocas podem fortalecer a identidade cultural em escala regional?
A alma, como plataforma, parece responder a essas perguntas, promovendo não apenas a criatividade, mas também a discussão sobre a identidade coletiva. Os jovens artistas representam uma nova respiração, mas é provável que seu caminho esteja cheio de armadilhas. Como o setor cultural pode apoiar melhor esse surgimento enquanto tome cuidado para preservar a preciosa herança musical de Cape Verde?
#### Uma transição para a promessa
A conexão entre o AME e o Kriol Jazz Festival a seguir, testemunha o momento musical contínuo dentro do país, promovendo a acessibilidade de gêneros variados e a apreciação da música em toda a sua diversidade. Isso levanta questões sobre o futuro de tais iniciativas: como perpetuar o momento criado por esses eventos em um contexto de rápida globalização?
Essa dinâmica também destaca o papel do estado, instituições e patrocinadores em apoio à cultura local. Os esforços devem se concentrar no treinamento dos artistas, no desenvolvimento da infraestrutura ou na criação de redes de disseminação internacional? A reflexão merece ser aprofundada para garantir que a música Cap-Verdean encontre seu lugar nas cenas globais.
#### Conclusão: As melodias de amanhã
A Atlantic Music Expo se apresenta não apenas como mercado, mas como um espelho das aspirações e lutas de um povo que escolheu a música como um meio de expressão e reivindicação. Numa época em que Cap-Verdians celebra 50 anos de independência, sua música continua a evoluir, promovendo uma identidade rica e dinâmica.
Os artistas mencionaram, através de suas palavras e música, fazem perguntas essenciais sobre identidade, resiliência e o futuro de Cape Verde em um mundo em mutação perpétua. Ao promover um diálogo aberto e respeitoso sobre esses temas, a alma desempenha um papel fundamental no incentivo de uma reflexão coletiva sobre cultura e identidade, combinando tradição e inovação.
Resta espera-se que este evento e outras iniciativas semelhantes continuem a oferecer espaços para reuniões e debater, alimentando assim a riqueza cultural de cap-cap-capin e forjando pontes entre os povos.