** República Democrática do Congo: a campanha “No School Without Bench” e suas implicações para a educação e a economia local **
Em 19 de março de 2025, em Kinshasa, a capital da República Democrática do Congo (RDC), o Instituto Científico e Técnico Ngiri-Ngiri foi o cenário da ação simbólica marcando a continuação da campanha “nenhuma escola sem banco”, iniciada pelo serviço nacional. O tenente-general Jean-Pierre Kasongo Kabwik, comandante do Serviço Nacional, deu 600 bancos de alunos feitos por ex-Kulunas, testemunhando uma abordagem que transcende a simples doação de móveis.
### Um gesto além do imediato
Esse gesto, embora um evento para melhorar as condições de aprendizagem dos 2.000 estudantes do Instituto, levanta questões mais amplas sobre o estado e o futuro do sistema educacional congolês. De fato, a falta de infraestrutura escolar adequada reflete uma crise de confiança dos pais em relação ao sistema educacional. De acordo com as estatísticas da UNESCO, a taxa de analfabetismo na RDC é alarmante, com cerca de 37% da população adulta pouco ou não. No nível da educação primária, o país luta para alcançar os objetivos universais de escolaridade, apesar dos esforços feitos pelo governo.
### o surgimento de kulunas como atores da mudança
A peculiaridade desta iniciativa está no fato de que esses bancos de pupite foram projetados e fabricados por antigos Kulunas, um termo que geralmente designa jovens de difíceis e frequentemente envolvidas em atividades de delinquência. Sua conversão para artesãos educacionais envia uma mensagem poderosa: a reintegração social pode levar a um compromisso cívico e uma contribuição positiva para a comunidade. Isso destaca a ambivalência de Kulunas, geralmente estigmatizada, mas que pode se tornar agentes de mudança em sua empresa quando são apoiados por programas específicos e iniciativas de reabilitação.
### Uma recompensa pelo chefe de estado?
Os agradecimentos endereçados ao Presidente Félix-Antoine Tshisekedi pelos alunos destacam a necessidade crucial de apoio do governo na restauração da infraestrutura escolar. No entanto, é importante se perguntar se essas ações são suficientes para instilar uma mudança real na paisagem educacional do país. Para muitos, o simples fato de fornecer móveis não resolverá a crise de confiança dos pais ou melhorará os resultados educacionais de maneira sustentável. Os investimentos em barger em infraestrutura, treinamento de professores e o fornecimento de materiais educacionais são igualmente cruciais.
### para uma economia circular na educação
A iniciativa “Nenhuma escola sem bancada” também pode ser vista como um trampolim em direção a uma economia mais circular, onde os recursos locais são usados para resolver problemas locais. Ao integrar artesãos locais na cadeia de produção de materiais educacionais, a RDC poderia criar um modelo de auto -suficiência e estimular a economia local. Iniciativas semelhantes em outros países, como o programa “Eduardo Mondlane” em Moçambique, demonstram que a cooperação entre artesãos locais e instituições educacionais pode gerar benefícios econômicos e sociais significativos.
### Que futuro para o sistema educacional congolês?
As promessas do comandante do Serviço Nacional de fornecer mais bancos e equipamentos para o corpo docente são encorajadores, mas o verdadeiro desafio está na capacidade do governo de estabelecer sistemas de avaliação e programas de manutenção para garantir a sustentabilidade dessas infraestruturas. É imperativo investir na educação continuada dos professores, bem como em expandir o acesso e a qualidade da educação para todos os estratos da população.
### Conclusão
A campanha “Nenhuma escola sem bancada” é um passo na direção certa, mas não pode ocultar os principais desafios que permanecem no setor educacional congolês. Ao integrar atores locais como os Kulunas e considerando soluções que vão além da doação pontual, a RDC tem a oportunidade de transformar sua crise escolar em uma oportunidade de desenvolvimento sustentável e inclusivo. Essa mudança requer um compromisso coletivo e uma mudança de paradigma, onde a educação é percebida não apenas como um direito, mas também como um projeto social.