Como pode África reduzir eficazmente os riscos associados ao consumo de tabaco?

### Reduzir os riscos associados ao consumo de tabaco: Um apelo à unidade em África

O consumo de tabaco está a tornar-se um importante problema de saúde pública em África, onde o número de fumadores continua a aumentar. Na recente Reunião Anual sobre Redução dos Danos do Tabaco, realizada em Nairobi, especialistas e activistas destacaram a necessidade de uma abordagem proactiva, combinando inovação, educação e regulamentação baseada na ciência. Com mais de 8 milhões de mortes relacionadas com o tabaco em todo o mundo, é imperativo sensibilizar e informar os consumidores africanos, mas também defender o jornalismo responsável para combater a desinformação. Inspirados em modelos como o da Suécia, os países africanos devem unir-se para desenvolver estratégias eficazes de redução de riscos. Ao integrar a educação para a saúde nas escolas e promover uma cultura pró-activa de saúde pública, África poderá iniciar um ponto de viragem na luta contra esta epidemia silenciosa. Chegou a hora de todas as partes interessadas, desde os governos aos meios de comunicação social, unirem forças para enfrentar esta crescente crise sanitária.
### Reduzir os riscos associados ao consumo de tabaco: uma questão de saúde pública para África

África enfrenta um desafio crescente de saúde pública: o consumo de tabaco. Durante a 4ª Reunião Anual sobre Redução dos Danos do Tabaco, realizada em Nairobi, os especialistas destacaram a necessidade de uma abordagem proactiva para abordar os malefícios do tabaco, especialmente dos cigarros. Embora o apelo de Samuel Mukandi, Diretor-Geral da Redução de Danos do Tabaco no Congo, aos jovens congoleses e africanos tenham cuidado com o consumo excessivo seja crucial, também convida a uma reflexão mais ampla sobre a inovação e a regulamentação baseada na ciência.

### Uma retrospectiva dos dados esclarecedores

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e quase 1 milhão dessas mortes são atribuíveis à exposição ambiental ao tabaco. Em África, o número de fumadores aumentou significativamente nos últimos anos. Um relatório recente revela que o continente se tornou um novo alvo para as multinacionais do tabaco, que procuram expandir o seu mercado face a regulamentações rigorosas nos países desenvolvidos.

A questão que então se coloca é a da educação e do apoio. A Dra. Vivian Manyeki, uma defensora da redução de danos, destaca a importância de apoiar os consumidores de tabaco onde quer que se encontrem e de lhes fornecer as ferramentas de que necessitam para fazerem escolhas informadas. Isto exige uma integração mais profunda da educação para a saúde nos sistemas escolares africanos, mas também nas estratégias de comunicação.

### O impacto da mídia: uma alavanca poderosa

Nesta luz, o apelo de Mercy Korir por um jornalismo responsável é particularmente relevante. A mídia desempenha um papel fundamental na divulgação de informações precisas sobre o tabagismo e seus riscos. Em África, onde a desinformação é frequentemente generalizada, uma abordagem jornalística equilibrada poderia fazer uma diferença significativa. Isto também poderia envolver reportar histórias de vidas afetadas pelo tabagismo, o que torna o assunto mais tangível e menos abstrato.

Estudos realizados em populações africanas mostram que uma análise dos pactos de fumar por parte dos meios de comunicação social, descrevendo opções de redução de risco, poderia influenciar positivamente as atitudes em relação à cessação ou redução do consumo. Uma maior sensibilização também poderia desmistificar os produtos de substituição da nicotina, que muitas vezes são mal recebidos em certas comunidades.

### Exemplos inspiradores a seguir

O modelo sueco, discutido pelo especialista Karl Fagerström, poderia oferecer lições valiosas. A Suécia conseguiu reduzir a sua taxa de tabagismo para menos de 5% através de medidas inovadoras, incluindo a aceitação de alternativas como o snus, um produto de tabaco sem fumo. Embora este modelo não seja directamente transponível para todas as realidades africanas, ilustra a importância da inovação regulamentar baseada em evidências científicas.

Na verdade, uma abordagem mais adequada em África poderia incluir o desenvolvimento de programas de sensibilização sobre alternativas, mantendo simultaneamente a vigilância contra os riscos de dependência que representam. É uma questão de equilíbrio: incentivar a inovação e ao mesmo tempo proteger a saúde pública.

### Um apelo à ação

Samuel Hanu, da Aliança para a Redução de Danos, destaca uma observação surpreendente: embora 108 países tenham integrado a redução de danos nas suas políticas, a criminalização das substâncias psicoactivas persiste em muitas leis africanas, alimentando o estigma e dissuadindo os consumidores de procurar ajuda. Este duplo discurso dificulta a implementação de medidas eficazes de saúde pública.

É, portanto, crucial que os países africanos se unam em torno de uma estratégia comum para reduzir os riscos associados ao consumo de tabaco. Isto poderia envolver a organização de fóruns pan-africanos semelhantes à reunião de Nairobi, onde os especialistas poderiam partilhar conhecimentos e desenvolver políticas coerentes.

Em conclusão, a luta contra o tabaco em África deve ser alimentada pela inovação, educação e maior envolvimento dos meios de comunicação social. Ao integrar estes elementos numa estratégia holística, o continente poderia não só reduzir a prevalência do tabaco, mas também encorajar uma cultura de saúde pública proactiva, benéfica para todas as gerações vindouras. A luta só poderá ser vencida se todas as partes interessadas, incluindo governos, meios de comunicação social e comunidades, se unirem para combater esta epidemia silenciosa.

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