Moçambique sob tensão: Manifestações violentas após a confirmação da vitória da Frelimo

Moçambique está sendo palco de protestos violentos após a confirmação da vitória da Frelimo nas eleições presidenciais. Os apoiadores da oposição contestam os resultados, alegando fraude em massa. Conflitos com as forças de segurança resultaram na morte de pelo menos 21 pessoas e prisões em massa. As tensões são agravadas por problemas econômicos e uma insurgência em andamento, tornando a situação política incerta.
**Moçambique sob tensão: manifestações violentas após confirmação da vitória da Frelimo**

A situação em Moçambique está tensa na sequência da decisão do Conselho Constitucional de confirmar a vitória do partido no poder, Frelimo, nas eleições presidenciais de Outubro. Esta decisão desencadeou uma onda de manifestações e violência que causou a morte de pelo menos 21 pessoas, segundo o Ministro do Interior, Pascoal Ronda.

O veredicto do tribunal proferido segunda-feira validou a vitória de Daniel Chapo, candidato da Frelimo, com 65,17% dos votos, rejeitando alegações de fraude massiva. Isto provocou protestos liderados por apoiantes da oposição que insistem que as eleições foram fraudulentas.

Protestos eclodiram em todo o país, com manifestantes bloqueando estradas, queimando pneus e entrando em confronto com as forças de segurança. Edifícios públicos e veículos foram vandalizados em diversas províncias, reflectindo a crescente indignação.

A violência levou à prisão de pelo menos 78 pessoas, com o governo alertando que poderá haver mais detenções à medida que os protestos continuarem. “As forças armadas e de defesa reforçarão a sua presença em pontos críticos e chave”, disse a ministra Ronda na televisão estatal, sublinhando que estão a ser tomadas medidas de segurança para restaurar a ordem.

A oposição, liderada pelo político Venâncio Mandlane, rejeitou a decisão do tribunal e acusou a Frelimo de manipulação eleitoral. O partido de Mandlane afirma que a eleição foi marcada pela intimidação dos eleitores, preenchimento de votos e irregularidades na contagem de votos.

Apesar das negativas da Frelimo, as alegações de fraude eleitoral não são novas. O partido no poder governa Moçambique desde a independência em 1975 e tem sido frequentemente criticado por consolidar o seu poder e sufocar a oposição.

O clima de tensão intensificou-se num país que já enfrenta dificuldades económicas, pobreza generalizada e uma insurgência islâmica em curso na província de Cabo Delgado. Os manifestantes em centros urbanos como Maputo, Beira e Nampula têm sido particularmente vocais, com a polícia a usar gás lacrimogéneo e armas de fogo para dispersar as multidões.

Relatos de activistas locais indicam que várias das mortes ocorreram durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança. Grupos de direitos humanos instaram o governo a mostrar moderação e garantir a segurança dos manifestantes pacíficos.

A situação permanece incerta em Moçambique, com tensões políticas acrescidas e escalada de violência. É imperativo que todas as partes tomem medidas para aliviar as tensões e encontrar uma solução pacífica para esta crise política.

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