Iniciativas para reabilitar veteranos em Camarões refletem o desejo de virar a página de um passado marcado pela violência e pelo extremismo. Entre esses ex-combatentes está Moussa Idriss, que fez a corajosa escolha de se render ao exército camaronês em 2017, abandonando seus laços com o grupo extremista Boko Haram.
Por meio dos centros de desarmamento e desmobilização na região do Extremo Norte de Camarões, Moussa e seus colegas se beneficiam de treinamento e apoio destinados a ensinar-lhes novas habilidades. Seu desejo de se reunir com sua família e reintegrar-se à sua comunidade é significativo, simbolizando um desejo de redenção e reconstrução.
Desde 2018, Camarões criou dois centros de desradicalização em Mora e Meri, onde mais de 3.000 ex-combatentes receberam treinamento em vários campos. Esta abordagem visa oferecer-lhes oportunidades de reinserção profissional e social, garantindo ao mesmo tempo que o processo de reabilitação seja realizado de forma rigorosa.
No entanto, não faltam desafios. A aceitação de ex-combatentes pelas comunidades locais às vezes continua difícil devido a traumas passados e medos persistentes sobre sua real reconciliação com a violência. No entanto, a reconciliação e o perdão são passos cruciais para promover uma paz duradoura, como ressalta Oumar Bichair, chefe do programa de desarmamento na região do Extremo Norte.
Alguns dos indivíduos reintegrados vêm da vizinha Nigéria, preferindo permanecer em Camarões por medo de represálias caso retornem ao seu país de origem. Esta escolha destaca os múltiplos desafios enfrentados por esses veteranos, entre a reconstrução pessoal e a preservação de sua segurança.
Em última análise, os esforços de desarmamento, desmobilização e reintegração em Camarões marcam uma transição para um futuro mais promissor, onde a reabilitação de ex-combatentes é a pedra angular da construção de uma sociedade pacífica e resiliente.