O Museu Zarzis na Tunísia, criado por Mohsen Lihidheb, é um testemunho comovente do drama dos migrantes no Mar Mediterrâneo. Entre os objetos expostos estão sapatos, roupas e diversos artefatos levados pelas ondas, dando um vislumbre do destino trágico daqueles que tentaram a travessia para um futuro incerto.
Mohsen Lihidheb, residente e artista de Zarzis, dedicou a sua vida a sensibilizar para as consequências da migração ilegal através do seu museu único. Este projeto artístico, iniciado há trinta anos, tem origem numa abordagem ecológica, mas rapidamente se transformou num comovente memorial às vítimas dos naufrágios no Mediterrâneo.
Os objetos recuperados por Mohsen nas praias de Zarzis contam a história silenciosa dos migrantes que desapareceram no mar, sapatos lavados, roupas rasgadas, restos humanos dolorosos, tantos sinais pungentes das provações sofridas por estes seres em busca de um futuro melhor. .
Ao longo dos anos, o Museu Mohsen tornou-se um lugar de memória, lembrando aos visitantes e residentes de Zarzis a tragédia humana que se desenrola ao largo das suas costas. Ao exibir estas relíquias marinhas, Mohsen espera aumentar a consciência sobre a realidade das tragédias migratórias e a urgência de encontrar soluções humanas e de apoio para evitar novas tragédias no mar.
Numa paisagem onde a indiferença e o esquecimento ameaçam afogar a memória dos desaparecidos, o museu Zarzis ergue-se como um grito silencioso, apelando à compaixão e à solidariedade para com os migrantes em busca de protecção e esperança.
Neste dia dedicado aos migrantes, o museu Mohsen Lihidheb ressoa como uma vibrante homenagem a todas estas vidas perdidas no mar, lembrando aos visitantes que por trás de cada objecto exposto há uma história, uma dor, uma esperança quebrada. Um testemunho tão poderoso quanto comovente, que nos convida a refletir sobre a nossa humanidade e a nossa responsabilidade para com aqueles que arriscam tudo por um futuro melhor.
O museu Zarzis, através dos seus tesouros marinhos, lembra-nos que a solidariedade e a compaixão são as únicas formas de honrar a memória dos migrantes desaparecidos e de construir um futuro mais justo e humano para todos. Uma lição de vida e de humanidade que ressoa além-fronteiras, convidando cada um de nós a agir por um mundo onde a dignidade e o respeito de cada ser humano sejam valores universais inabaláveis.