No centro da revolução bancária em África encontra-se um espectáculo intrigante, ao mesmo tempo cativante e decisivo para o futuro financeiro do continente. À medida que os bancos internacionais se tornam cada vez mais raros, é oferecida aos intervenientes locais uma oportunidade sem precedentes para modernizar e reforçar os serviços financeiros oferecidos aos habitantes de África.
Longe de se limitar aos bancos tradicionais, esta transformação oferece a oportunidade para todos os intervenientes no mundo financeiro, sejam estabelecidos ou emergentes, ascenderem ao posto de pioneiros.
No entanto, um grande obstáculo ainda impede o avanço do sector financeiro africano: a falta de infra-estruturas de pagamentos adequadas, um tema frequentemente esquecido, que na verdade está no centro de todas as estratégias de desenvolvimento financeiro em África.
Esqueça o mimetismo para abraçar a inovação
Em 2023, serão abertas nada menos que 3,3 milhões de novas contas bancárias em Marrocos. Com mais de 36 milhões de contas no total e mais de metade da população adulta que beneficia de serviços bancários, Marrocos posiciona-se como pioneiro na expansão do acesso aos serviços bancários em África. Muitos novos clientes eram jovens, mulheres ou ambos, um sinal claro de que as instituições financeiras estão agora a atrair uma clientela diversificada, longe da norma estabelecida.
Estes números são motivos de esperança para o sector bancário africano, apesar da saída maciça de bancos internacionais nos últimos anos. E não é exclusivo de Marrocos. Histórias inspiradoras do mundo dinâmico das fintech e dos pagamentos móveis em África mostram que o sucesso verdadeiramente africano é uma realidade possível em todo o continente.
Na verdade, pode argumentar-se que os africanos seriam mais bem servidos pelas instituições financeiras locais do que pelos intervenientes internacionais. Na verdade, os intervenientes locais compreendem melhor as necessidades e os desafios enfrentados pelos consumidores africanos. Copiar e colar estratégias que provaram ser bem sucedidas na Europa, Ásia e América do Norte não garante o sucesso no mercado africano, uma vez que algumas instituições internacionais já tiveram a amarga experiência.
Além disso, o compromisso dos intervenientes locais no desenvolvimento do sector bancário africano é geralmente visto como mais sincero, uma vez que lhes permitirá continuar a crescer no seu território nacional.
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