Fatshimetrie, um meio de comunicação de investigação em linha, foi recentemente confrontado com um acontecimento trágico na Guiné, reflectindo a crescente repressão das autoridades militares sobre os meios de comunicação independentes. Um jornalista de investigação, Habib Marouane Kamara, foi raptado por homens uniformizados das forças de segurança em Conacri, a capital. A esposa de Kamara e o seu advogado confirmaram os detalhes do seu sequestro, levantando temores pela sua segurança e pela liberdade de imprensa no país.
Segundo informações fornecidas por Mariama Lamarana Diallo, esposa de Kamara, ele estava a caminho de uma reunião com um empresário e um amigo em Conacri quando foram parados por homens uniformizados de segurança. Testemunhas descreveram uma cena violenta em que Kamara foi violentamente atacada antes de ser levada à força para um veículo policial. Seu amigo foi inicialmente detido, mas foi libertado após o sequestro.
O incidente ilustra a crescente ameaça à liberdade de imprensa na Guiné desde o golpe militar de 2021 que derrubou o Presidente Alpha Condé. Sob o regime militar liderado pelo Coronel Mamadi Doumbouya, a repressão aos meios de comunicação independentes intensificou-se, com detenções, ataques a jornalistas e restrições ao acesso à informação.
Apesar dos apelos da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para o regresso ao regime civil e às eleições em 2025, o governo de transição guineense ainda não definiu a data prevista para a votação. Os esforços internacionais para influenciar a situação política na Guiné foram rejeitados por Doumbouya, que afirma que África deve resolver os seus próprios desafios sem interferência externa.
Esta situação suscita preocupações sobre a democracia e os direitos humanos na Guiné, bem como sobre a liberdade de imprensa e a segurança dos jornalistas. A Fatshimetrie, tal como muitos outros meios de comunicação independentes, continua a enfrentar obstáculos e ameaças no seu trabalho de investigação e sensibilização do público para as questões sociais.
É crucial defender a liberdade de expressão e o direito à informação na Guiné e em todo o mundo, porque sem meios de comunicação livres e independentes, a responsabilização e a transparência dos governos são postas em causa. É imperativo que a comunidade internacional continue a monitorizar a situação na Guiné e a pressionar para que os direitos fundamentais sejam respeitados e protegidos.