No coração da aldeia artesanal de Dakar, artesãos trabalham arduamente para preparar uma exposição especial durante a Bienal de Artes Africanas Contemporâneas. Este ano, o evento desperta o entusiasmo de cariocas e visitantes de todo o mundo, atraídos pela riqueza do artesanato senegalês.
As obras criadas por estes artesãos não são simplesmente objectos artísticos, são o reflexo de um saber-fazer ancestral profundamente ancorado na cultura do país. Escultores, pintores, joalheiros, marroquinos e estofadores foram convidados a interpretar o tema do “hipopótamo”, símbolo facilmente reconhecível em todo o continente.
Para Papis Kante, escultor senegalês, este convite para participar na exposição representa um vislumbre de esperança para o futuro da sua profissão. “Todo artista aspira a progredir, para poder expor o seu trabalho pelo mundo”, confidencia emocionado.
Moussa Diop, joalheiro artesanal, tem o prazer de participar nesta exposição. Esta é a sua primeira participação na Bienal, uma oportunidade valiosa que sublinha a importância do seu trabalho. Ele expressa a sua gratidão por esta iniciativa e espera que todos os artesãos locais beneficiem dela no futuro.
Os curadores da exposição, Khadim Ndiaye e Kemi Bassene, escolheram o tema do hipopótamo pelo seu simbolismo universal e pela sua capacidade de unir comunidades. A exposição está repleta de criações variadas, que vão desde brincos e colares em forma de hipopótamo até uma imponente escultura em madeira representando um hipopótamo adormecido, passando por uma bolsa em forma de hipopótamo.
Para Kemi Bassene, natural de Medina mas radicado em Paris, é fundamental destacar a tradição artística senegalesa. Ela sublinha a importância de dar visibilidade aos artesãos locais nesta prestigiada Bienal, ao mesmo tempo que se questiona porque é que isso não tinha sido feito antes.
A exposição, instalada na praça central de Soumbedioune, conquistou os corações de moradores e visitantes, oferecendo uma autêntica imersão no artesanato senegalês. Entre as lojas de artesanato e os restaurantes que oferecem a famosa thieboudienne, prato emblemático do Senegal, o ambiente é ao mesmo tempo festivo e cultural.
A Bienal de Artes Africanas Contemporâneas de Dakar decorre até sábado, 7 de dezembro, oferecendo aos entusiastas da arte e da cultura a oportunidade de descobrir a riqueza e a diversidade da criação artística africana. Esta celebração do artesanato local e da criatividade africana destaca a importância de preservar e promover as tradições artísticas, ao mesmo tempo que dá visibilidade global aos talentos senegaleses.