O conflito na República Democrática do Congo (RDC) continua a intensificar-se, com a situação marcada pela utilização pelo exército ruandês de sofisticados mísseis terra-ar na região oriental, segundo um relatório das Nações Unidas.
Neste relatório confidencial, é revelado que um suposto míssil terra-ar móvel do exército ruandês foi disparado contra um drone de observação da ONU na semana passada, sem o atingir. Imagens aéreas mostram um veículo blindado de seis rodas equipado com radar e lançador de mísseis, localizado a cerca de 70 km ao norte de Goma, no território Rutshuru controlado pelos rebeldes.
Esta escalada de violência levanta preocupações sobre a utilização destas armas de alta tecnologia no conflito em curso na RDC. As forças ruandesas, aliadas aos rebeldes M23, também possuem armas antiaéreas e sistemas móveis de defesa aérea, aumentando o risco para as aeronaves do governo da RDC e da ONU na região.
O porta-voz do M23 fez recentemente ameaças contra a missão de manutenção da paz da ONU, acusando-a de colaborar com o inimigo ao fornecer informações obtidas por drones. Estas tensões agravam a violência entre o M23 e o exército congolês, obrigando milhares de civis a fugir das suas aldeias.
A comunidade internacional está preocupada com as alegações de que o Ruanda está a apoiar os rebeldes do M23 numa tentativa de controlar os valiosos recursos minerais da região. Apesar das negativas de Kigali, os confrontos continuam e ameaçam a estabilidade da região.
É essencial encontrar uma solução pacífica para este conflito mortal que já causou a morte de vários civis. Os esforços diplomáticos e a pressão internacional devem ser reforçados para resolver esta crise que persiste há demasiado tempo.