Ministro das Relações Internacionais da África do Sul manifesta preocupação com a violência pós-eleitoral em Moçambique

O Ministro das Relações Internacionais, Ronald Lamola, expressa preocupação com a violência pós-eleitoral em Moçambique, ao mesmo tempo que nega que tenha sido errado felicitar o partido Frelimo pela sua vitória. Enquanto o país é assolado pela agitação após as eleições, com alegações de fraude e mortes, Lamola insiste na calma e no apelo dos líderes moçambicanos à paz. O encerramento temporário da fronteira entre a África do Sul e Moçambique reflecte a situação tensa. Lamola enfatiza a importância das relações bilaterais para evitar qualquer propagação de conflitos. A resolução de litígios deve envolver o respeito pelas instituições legais, em particular o Conselho Constitucional de Moçambique. Esta situação realça a importância da diplomacia para preservar a paz regional e a estabilidade política e económica de Moçambique.
O Ministro das Relações Internacionais, Ronald Lamola, expressou terça-feira a sua preocupação com a violência pós-eleitoral em Moçambique. Ele negou que a África do Sul tenha cometido um erro ao felicitar o partido Frelimo pela sua vitória enquanto aguardava a confirmação dos resultados.

Num contexto em que pelo menos 30 pessoas perderam a vida durante a agitação pós-eleitoral, Lamola sublinhou a necessidade de calma, reiterando assim o apelo feito pelo presidente cessante, Filipe Nyusi, e pelo presidente eleito, Daniel Chapo.

Enquanto Chapo reivindica a vitória com mais de 70% dos votos, Venâncio Mondlane do partido Podemos, que ficou em segundo lugar com 20,3% dos votos, afirma que as eleições foram fraudadas. Seu advogado e chefe de gabinete foram assassinados enquanto planejavam contestar os resultados. Mondlane chegou mesmo a refugiar-se em Joanesburgo.

A Autoridade de Gestão de Fronteiras da África do Sul fechou recentemente temporariamente o posto fronteiriço de Lembobo devido à destruição no lado moçambicano. O Ministério das Relações Internacionais emitiu há uma semana um aviso de viagem para Moçambique.

Lamola sublinhou a importância de manter relações com Moçambique para evitar que os conflitos se espalhem para a África do Sul. Ele também confirmou que a situação em Moçambique será discutida na Cimeira Extraordinária da Troika da Organização da SADC, em Harare, na próxima semana.

Lembrou também que o Conselho Constitucional de Moçambique é o órgão jurídico final responsável por decidir as objecções aos resultados eleitorais e apelou a todos os partidos para que respeitem as decisões do tribunal.

Por último, Lamola salientou que é comum felicitar os vencedores das eleições após a divulgação dos resultados preliminares, sublinhando que a África do Sul estava simplesmente a respeitar o processo em vigor.

A situação actual em Moçambique suscita preocupações sobre a estabilidade política e económica do país, que enfrenta grandes desafios como o escândalo da Dívida Secreta que levou ao incumprimento da dívida em 2016. A África do Sul extraditou o antigo Ministro das Finanças Manuel Chang para os Estados Unidos no ano passado pelo seu envolvimento no escândalo de corrupção.

Esta situação complexa mostra a importância das relações internacionais e da diplomacia na resolução de conflitos e na manutenção da paz regional.

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