Reforma farmacêutica na RDC: entre os imperativos de saúde e as realidades económicas

A República Democrática do Congo (RDC) enfrenta desafios na regulação do seu sector farmacêutico. A Associação de Proprietários de Farmácias do Congo (APROPHARCO) contesta as medidas da ACOREP, salientando as dificuldades financeiras das farmácias no cumprimento dos requisitos de recrutamento de pessoal qualificado. O debate entre regulação e realidade económica realça a necessidade de encontrar um equilíbrio para garantir a qualidade dos serviços farmacêuticos e, ao mesmo tempo, apoiar a viabilidade dos estabelecimentos. Uma revisão do quadro regulamentar e um diálogo entre as diversas partes interessadas são necessários para garantir um futuro promissor para o sector farmacêutico na RDC.
**Reforma farmacêutica na RDC: o equilíbrio entre regulamentação e realidade económica**

A questão da regulamentação farmacêutica na República Democrática do Congo (RDC) suscita debates acesos no sector da saúde. Recentemente, a Associação de Proprietários de Farmácias do Congo (APROPHARCO) manifestou a sua preocupação com as medidas impostas pela Autoridade Reguladora Farmacêutica Congolesa (ACOREP), apoiada pelo Ministro provincial da Saúde do Governo de Kinshasa.

O pedido da APROPHARCO ao presidente da Câmara Baixa do Parlamento, Vital Kamrhe, para reconsiderar as leis que regem o sector farmacêutico na RDC, levanta questões fundamentais sobre o equilíbrio a ser encontrado entre a necessidade de proteger a saúde pública e a realidade económica dos intervenientes no o campo.

Uma das principais reivindicações da ACOREP é a obrigatoriedade de cada proprietário de farmácia contratar três gestores qualificados, com salários substanciais impostos pelo Conselho Nacional da Ordem dos Farmacêuticos. Esta medida, embora vise reforçar a qualidade dos serviços farmacêuticos, encontra dificuldades ligadas às restrições financeiras dos proprietários dos estabelecimentos.

Com efeito, a obrigação de um salário mínimo de 600 dólares para cada um dos três funcionários recrutados resultaria em elevados custos administrativos mensais para as farmácias, cujo capital médio é limitado. Esta situação evidencia um dilema crucial: como conciliar as exigências de qualidade dos serviços farmacêuticos com a realidade financeira das pequenas estruturas do setor?

A pronta reacção do Presidente da Câmara Baixa do Parlamento, apelando à suspensão da decisão ACOREP e ao estabelecimento de um diálogo construtivo entre todas as partes interessadas, ilustra a vontade de encontrar soluções concertadas. É imperativo repensar o atual quadro regulamentar, a fim de garantir a segurança dos pacientes e a viabilidade económica das farmácias.

O pedido de revisão das leis sobre higiene pública e propriedade dos estabelecimentos farmacêuticos, para melhor ter em conta a realidade no terreno, é um primeiro passo para uma regulamentação mais adaptada. O estabelecimento de um quadro de consulta entre as autoridades estatais e os intervenientes privados do sector farmacêutico permitiria trabalhar em conjunto para melhorar o sistema de saúde do país.

Em conclusão, a reforma farmacêutica na RDC levanta questões cruciais que exigem uma abordagem equilibrada, combinando o controlo regulamentar e o apoio ao tecido empresarial local. É essencial encontrar soluções inovadoras que protejam a saúde pública e ao mesmo tempo promovam o dinamismo económico do setor farmacêutico. Só o diálogo construtivo e um desejo comum de reforma podem garantir um futuro promissor para a saúde na RDC.

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