Fatshimetrie: A triste realidade dos deslocados de Kwamouth para Bandundu
A situação humanitária dos deslocados de Kwamouth para Bandundu revela uma angústia flagrante e condições de vida insuportáveis. No espaço de uma semana, ocorreram três mortes entre os deslocados, evidenciando a urgência da situação e a negligência das autoridades face a esta crise humanitária esquecida. Entre as vítimas, uma mulher que aguardava cirurgia por complicações relacionadas à apendicite morreu por falta de assistência médica adequada.
O chefe do campo de deslocados, François Tabuku, sublinha a consternação da situação: “Três mortes numa semana, famílias a enterrar os seus entes queridos por falta de cuidados, desamparo face ao sofrimento que reina entre nós”. A precariedade em que vivem estas pessoas deslocadas é alarmante, privando-as do acesso aos cuidados de saúde básicos e deixando-as entregues à sua própria sorte na sua luta pela sobrevivência.
Vários pedidos de ajuda ficaram sem resposta, deixando os deslocados a questionarem-se sobre o seu futuro e sobre a sua dignidade violada. “Não somos prometidos, nem visitados, nem ouvidos. O sofrimento é o nosso destino diário, a doença é inevitável e a morte é uma companheira muito presente entre nós”, testemunha um residente do campo. Esta crise humanitária, embora esporadicamente divulgada, continua largamente ignorada e as pessoas deslocadas abandonadas à sua sorte.
Desde o início da crise de segurança em Bandundu, quase 110 pessoas deslocadas morreram, deixando para trás famílias desfeitas e destinos trágicos selados na indiferença geral. Apenas a assistência governamental interveio em Dezembro de 2022, demonstrando um apoio insuficiente e tardio para responder à urgência da situação.
É urgente que a comunidade internacional se mobilize e que as autoridades locais assumam as suas responsabilidades para garantir a necessária protecção e assistência às pessoas deslocadas de Kwamouth. A dignidade humana e o respeito pela vida devem ter precedência sobre a indiferença e o abandono, a fim de evitar que outras vidas se percam no esquecimento de uma crise humanitária silenciosa e devastadora.