A luta contra a espoliação de activos imobiliários na RDC: os desafios e as soluções

A espoliação de activos imobiliários estatais na República Democrática do Congo é um problema grave, envolvendo actores influentes e até membros do sistema de justiça. Empresas públicas como a ONATRA e o CNSS são vítimas destes actos repreensíveis. A ANEP está empenhada em apoiar as empresas sinistradas na recuperação dos seus bens e na sensibilização da população. Foi criada uma comissão interministerial para encontrar soluções concretas. É necessária uma acção colectiva por parte das autoridades competentes para pôr fim a estas práticas prejudiciais e restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições.
Fatshimetrie, edição de 29 de outubro de 2024 – A questão da espoliação dos ativos imobiliários do Estado na República Democrática do Congo é um tema candente que suscita sérias preocupações. Uma reunião recente realizada na sede da Associação Nacional de Estabelecimentos Públicos e Empresas de Carteira (ANEP) em Kinshasa destacou a alegada cumplicidade de certos intervenientes, incluindo autoridades e membros do poder judicial, nestas práticas repreensíveis.

O secretário-geral da ANEP, Patrick Ngulu Mbiobabawhul, apontou os múltiplos níveis em que operam os espoliadores, implicando figuras políticas, altos membros das forças armadas, membros do governo, parlamentares, governadores provinciais e até magistrados. Denunciou a deplorável cumplicidade do sistema de justiça nestes actos de desapropriação, sublinhando que a ausência de títulos de propriedade contribui largamente para estas práticas.

Entre as empresas e estabelecimentos públicos vítimas de espoliação estão instituições emblemáticas como ONATRA, CNSS, ICCN, Régideso, RTNC, INPP e ACP. Foram mencionados casos concretos, como o do INPP em Kolwezi, onde foi relatada uma tentativa de pilhagem.

Perante esta situação preocupante, a ANEP está empenhada em apoiar as empresas vítimas para as ajudar a recuperar e proteger os seus bens. Uma abordagem salutar que visa sensibilizar as autoridades e mobilizar a opinião pública contra estas práticas nocivas.

Foi criada uma comissão interministerial para acompanhar o resultado destes dossiês e propor soluções concretas. Será enviado um memorando às mais altas autoridades do Estado para denunciar estas ações e propor medidas cabíveis.

Em última análise, a luta contra a espoliação dos activos imobiliários do Estado na RDC exige uma mobilização colectiva e uma acção resoluta por parte das autoridades competentes. É imperativo pôr fim a estas práticas nocivas que prejudicam a integridade do Estado e privam a população de recursos vitais. Só uma forte vontade política e uma cooperação interinstitucional eficaz poderão garantir a protecção dos bens públicos e restaurar a confiança dos cidadãos nas instituições.

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