Os Camarões, um país da África Ocidental, acabam de receber uma promessa de empréstimo de 91 milhões de euros da União Europeia para os próximos três anos. Este montante visa apoiar o país no desenvolvimento das suas infra-estruturas e atrair mais investimento estrangeiro.
O anúncio deste empréstimo foi feito na sequência de uma reunião entre ministros do governo camaronês e um representante da União Europeia em Yaoundé, capital do país. Segundo Alamine Ousmane Mey, Ministro da Economia dos Camarões, esta ajuda financeira contribuirá para melhorar o sector energético, as infra-estruturas rodoviárias, bem como para o estabelecimento de uma rede ferroviária que ligue os Camarões ao Chade, o seu vizinho sem litoral.
Este empréstimo permitirá também a construção de uma ponte sobre o rio Ntem, entre os Camarões e a Guiné Equatorial. Estas iniciativas inserem-se num contexto em que o governo camaronês se esforça por reconstruir as suas infra-estruturas rodoviárias, energéticas e portuárias, que foram gravemente degradadas nos últimos anos.
Os Camarões também enfrentam um conflito separatista no oeste do país, tendo causado a morte de mais de 6.000 pessoas e o deslocamento de mais de 760.000 outras, segundo o Grupo Internacional de Crise. Este empréstimo da União Europeia representa, portanto, uma ajuda valiosa para reforçar a estabilidade e o desenvolvimento dos Camarões.
Ao mesmo tempo, a União Europeia já financia grandes projectos de infra-estruturas nos Camarões, como a construção de uma barragem hidroeléctrica no centro do país e de uma ponte que liga os Camarões ao Chade. O objectivo declarado é atrair mais investidores privados para a gestão destes projectos, ajudando ao mesmo tempo o governo camaronês a reestruturar e gerir as suas finanças públicas de forma mais eficiente.
No entanto, o Embaixador da União Europeia nos Camarões, Jean-Marc Chataigner, sublinha que este empréstimo está condicionado a uma gestão transparente e eficiente dos fundos atribuídos pelo governo. Na verdade, a corrupção continua a ser um grande problema nos Camarões, como evidenciado por um relatório da Comissão Nacional Anticorrupção, que estima que o país perdeu mais de 114 mil milhões de francos CFA (184 milhões de dólares) em 2023 devido à corrupção.
Assim, é essencial que as empresas envolvidas na construção de infra-estruturas beneficiem de pleno acesso aos fundos atribuídos. Esta parceria entre os Camarões e a União Europeia ilustra o desejo comum de estimular o desenvolvimento económico e social do país, garantindo ao mesmo tempo uma utilização eficiente dos recursos para o bem-estar dos cidadãos.